CDS desafia Costa a esclarecer se mantém nomeação de Vitor Fernandes

O presidente do CDS-PP desafiou hoje o primeiro-ministro a esclarecer se vai manter a nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento, entretanto suspensa, considerando que se levantam dúvidas sobre a execução dos fundos europeus.

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Lusa
13/07/2021 15:19 ‧ 13/07/2021 por Lusa

Política

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"É caso para perguntar a António Costa se retira ou se mantém a nomeação de Vítor Fernandes, porque se mantiver confirma todas as suspeitas que os portugueses têm sobre a aplicação destes fundos europeus", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos no encerramento das jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorreram entre segunda-feira e hoje em São João da Madeira, distrito de Aveiro.

Apontando que na segunda-feira o ministro da Economia anunciou a suspensão da nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco de Fomento, o presidente do CDS considerou que a decisão "sabe a pouco" e que se exige a sua substituição.

"Vítor Fernandes não pode ficar à frente do Banco de Fomento porque fere a credibilidade da instituição, mas também lança sérias suspeitas sobre a execução dos fundos europeus", frisou, defendendo que "não se pode entregar" um instrumento "tão importante para a recuperação da economia a quem parece não ter idoneidade, nem ciência, nem rigor para aplicar esses mesmos fundos".

Para Rodrigues dos Santos, "o critério para se escolher alguém para comandar a aplicação destes fundos europeus não pode ser ser amigo dos amigos do Governo, é preciso ter um currículo".

Concordando com uma ideia deixada momentos antes pelo presidente do grupo parlamentar, o líder centrista sugeriu que talvez esteja "na altura de sugerir que seria boa ideia colocar um membro das Forças Armadas a gerir estes fundos", numa referência ao coordenador da 'task force' da vacinação contra a covid-19, o vice-almirante Gouveia e Melo.

Na sua intervenção perante os cinco deputados do partido e alguns membros da sua direção, o presidente do CDS-PP defendeu que o Banco de Portugal deve rever a idoneidade de Vítor Fernandes e a CRESAP chumbar o nome.

No entanto, disse não ter "grandes esperanças que isso aconteça", porque "pedir ao Banco de Portugal que reveja a idoneidade é dizer a António Costa para pedir ao seu amigo e ex-ministro das Finanças [Mário Centeno] que chumbe um nome de um amigo do qual foi companheiro de preferências no apoio a presidências de clubes".

"Isto é um bocadinho inverosímil que venha a acontecer, como de resto também não me parece que a CRESAP venha a chumbar porque ainda recentemente deu parecer favorável à nomeação de Ana Paula Vitorino, deputada do PS e mulher do ministro Eduardo Cabrita, para ficar à frente da AMT [Autoridade da Mobilidade e dos Transportes]", criticou.

Na segunda-feira, o Governo anunciou que suspendeu a nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco do Fomento, para evitar "controvérsia" na instituição.

"Solicitei à PGR que fosse esclarecido, se isso for possível à luz das leis do processo, qual a situação processual de Vítor Fernandes", indicou o ministro Pedro Siza Vieira, dizendo que o objetivo é saber se é arguido e se há "alguma investigação dirigida à sua atuação".

O ex-administrador do Novo Banco é mencionado em documentos do Ministério Público referentes à operação Cartão Vermelho, na qual o presidente da Promovalor e do Benfica (com funções suspensas) Luís Filipe Vieira é arguido.

Também na segunda-feira, fonte oficial do regulador bancário garantiu hoje à Lusa que "toda a informação será devidamente ponderada pelo Banco de Portugal (BdP) no exercício das suas competências".

Na sequência desta ponderação, o BdP poderá decidir - ou não - pela abertura de um processo de reavaliação de idoneidade de Vítor Fernandes que, após ter sido indicado pelo ministro da Economia para 'chairman' do novo Banco Português do Fomento, passou já (tal como os outros elementos da gestão) por uma avaliação de idoneidade e competências técnicas feita pelo banco central.

Leia Também: Líder do CDS diz que "única reflexão" que se impõe é ser alternativa

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