PS quer "justiça fiscal" para classe média e melhores salários

A líder parlamentar do PS apontou hoje como prioridades para a próxima sessão legislativa políticas de habitação e de fiscalidade para a classe média, melhorar salários dos jovens "mais qualificados", a par do combate às bolsas de pobreza.

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Lusa
16/07/2021 13:55 ‧ 16/07/2021 por Lusa

Política

Ana Catarina Mendes

 

No encerramento das jornadas parlamentares do PS, que hoje terminaram em Caminha (Viana do Castelo), Ana Catarina Mendes recorreu por várias vezes na sua intervenção à clássica personagem Alice, de Lewis Carroll, admitindo que se Portugal "não é o país das maravilhas", há um caminho para sair da crise.

"Sabemos bem que quando a Alice mergulhou no túnel viu um poço sem fundo, e sabemos bem que se não tivesse sido a vontade férrea do PS, do Governo, das nossas autarquias, a resposta a esta crise teria sido um poço sem fundo como foi com o CDS e o PSD na outra crise", afirmou.

Voltando a Alice, Ana Catarina Mendes questionou "onde fica a saída" desta crise, respondendo que os socialistas "querem ir para um Portugal mais coeso e mais solidário", ao contrário da oposição que, diz, "não tem nenhuma resposta".

A líder parlamentar do PS respondeu aos que acusam a bancada socialista de "não ter agenda" ou apenas funcionar como "apoiante do Governo", elencando prioridades da bancada (não houve anúncio de iniciativas concretas) para a próxima sessão legislativa, em que apontou como "fundamental" o papel do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

"O papel fundamental do PRR é o combate à bolsa de exclusão e pobreza que ainda hoje existe em Portugal, não podemos continuar a ter crianças e jovens que nascem e morrem pobres", afirmou, assegurando que a "agenda para a infância" vai ser retomada pelo PS na próxima sessão legislativa.

Por outro lado, a líder parlamentar assegurou que será também uma prioridade encontrar respostas para a classe média.

"E para isso é preciso que a política de habitação prossiga e as rendas acessíveis sejam uma realidade (...) Mas é preciso também uma política fiscal para a classe média, capaz de garantir justiça fiscal e equidade para todos nós", defendeu.

Por outro lado, defendeu, "não é possível continuar a pedir mais competitividade" sem pedir uma "melhoria significativa dos salários dos portugueses".

"Se temos conseguido aumentar o salário mínimo nacional e o salário médio, temos de ser capazes de aumentar os salários dos mais qualificados e que iniciam o seu posto de trabalho", disse.

Parafraseando novamente "Alice no país das maravilhas", a dirigente socialista considerou que "a única forma de chegar ao impossível é acreditar que é mesmo possível dar melhores condições de vida às pessoas".

Na sessão de encerramento das jornadas do PS - que começou com mais de uma hora de atraso e já com muitos dos 108 deputados ausentes -, Ana Catarina Mendes destacou que foi possível realizar esta iniciativa "em condições de segurança" apesar da pandemia.

A líder parlamentar do PS saudou ainda todos os autarcas "que não viraram costas à adversidade" e minimizaram os efeitos da crise sanitária, económica e social.

"O PS merece continuar a ser a maior força política no poder local democrático", vaticinou, a cerca de dois meses das eleições autárquicas de 26 de setembro.

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