A Câmara Municipal de Lisboa, de que Jorge Sampaio foi também presidente, reagiu, esta sexta-feira à partida do ex-chefe de Estado, assinalando que "muitos dos grandes projetos e ideias que hoje representam a moderna Lisboa, como a conhecemos, foram concebidos e postos em prática com Jorge Sampaio à frente dos destinos" da autarquia.
Numa mensagem publicada nas redes sociais, a cidade "lamenta profundamente" a morte de Jorge Sampaio - que exerceu o cargo de Presidente da Câmara Municipal entre 1990 e 1995 -, "num dos mandatos mais marcantes para Lisboa".
É recordado que "foi com Jorge Sampaio que avançou o primeiro Plano Estratégico, introduzindo novos métodos de planeamento e desenvolvimento urbanístico, e começam, em 1990, as agora tradicionais Festas de Lisboa".
"Nasce a ideia de Lisboa, 'Capital Atlântica da Europa', a reabilitação urbana ganha força e destaque e a erradicação das barracas que manchavam a cidade é posta em marcha com inegável sucesso", acrescenta-se.
Na mesma nota, a autarquia sublinha que Sampaio "gostava de ser presidente da Câmara de Lisboa, do poder local e da governação de proximidade". "A sua paixão pela cidade e o serviço à causa pública permanecerão mesmo após o seu desaparecimento físico, como resultado do seu trabalho e pensamento. A memória da sua personalidade e de tudo o que fez pela cidade, vão continuar 'Por Lisboa' e 'Com Lisboa'", termina.
Jorge Fernando Branco de Sampaio, que nasceu em Lisboa em 1939, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989, foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Já mais recentemente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
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