Óbito/Sampaio: Balsemão salienta perda de estadistas e amigo de infância

O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão endereçou hoje "sinceras condolências" à família do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que recordou como um amigo "desde a infância", considerando que Portugal perdeu um dos maiores estadistas.

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Lusa
10/09/2021 13:19 ‧ 10/09/2021 por Lusa

Política

Óbito/Sampaio

 

Contactado pela agência Lusa, Francisco Pinto Balsemão disse considerou que a morte do antigo chefe de Estado é uma "perda para todos".

"Gostava muito dele, éramos amigos desde a infância", completou o antigo chefe dos VII e VIII Governos Constitucionais, endereçando "sinceras condolências" a "toda a família" de Sampaio, em particular à mulher, Maria José Ritta, "uma boa amiga".

O antigo primeiro-ministro social-democrata recordou que ambos frequentaram o Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, reencontraram-se na Faculdade de Direito e chegaram inclusive a ser "vizinhos" na Rua Duque de Palmela, onde Sampaio tinha o escritório de advocacia e Pinto Balsemão tinha sediado o semanário Expresso.

"Conversámos muito, tivemos muitas trocas de impressões, e no próprio dia 25 de Abril, o Jorge Sampaio passou uma parte do dia na sede de Expresso, a procurar notícias, à espera de notícias. O dia 25 de Abril foi um dia muito longo", contou.

A relação de ambos, sustentou, continuou enquanto membros do Conselho de Estado, onde Sampaio tinha lugar permanente por ser antigo Presidente da República.

Francisco Pinto Balsemão lembrou ainda o "papel importante" de Jorge Sampaio na independência de Timor-Leste e o convite que feito pelo antigo chefe de Estado para integrar a delegação portuguesa, considerando que o país perdeu um dos maiores estadistas.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

Leia Também: Domingos Abrantes grato a Sampaio por o ter defendido na prisão

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