"Toda esta parte destes centros de dia e centros também intergeracionais foram um grande falhanço desta Câmara Municipal de Lisboa [liderada pelo PS, com o socialista Fernando Medina] que, de certa forma, subcontratou o pelouro dos Assuntos Sociais e da Educação ao Bloco de Esquerda [BE] e as promessas não aconteceram, não aconteceram nos centros intergeracionais que foram prometidos durante a campanha em 2017 e não aconteceram com os centros de saúde que foram também prometidos e não foram feitos", disse Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas, no âmbito de uma visita ao Centro Social e Paroquial de São Jorge de Arroios.
Com toda a comitiva a cumprir com as medidas contra a covid-19, nomeadamente o uso de máscara, bata e proteção de calçado, a coligação "Novos Tempos" entrou neste centro social na freguesia lisboeta de Arroios, que funciona como centro de dia e centro de noite, e testemunhou o dia a dia dos idosos, que estavam num momento de terapia ocupacional, uns a recortar e outros a colorir desenhos para o painel de outono.
Acompanhado pela médica Isabel Galriça Neto e pelo virologista Pedro Simas, ambos candidatos da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, o social-democrata Carlos Moedas falou com os idosos, ouviu as suas histórias e os seus desabafos, inclusive o impacto da pandemia nas suas vidas.
"Parar é morrer", atirou uma das idosas, queixando-se que a covid-19 suspendeu a dança e o coro, atividades que frequentava, mas manifestando-se feliz por estar no centro social.
Para o cabeça de lista da coligação "Novos Tempos", a experiência da pandemia trouxe "o isolamento dos mais velhos, a necessidade de olhar para aqueles que são mais idosos, com soluções práticas e pragmáticas".
Neste sentido, Carlos Moedas propõe "um plano de saúde para aqueles que têm mais de 65 anos e carenciados, que tenham consultas gratuitas", de forma a complementar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.
"Há 90 mil lisboetas que não têm médico de família, portanto isso é importantíssimo para os mais idosos", reforçou.
Outra das propostas da candidatura "Novos Tempos" passa por investir em repúblicas seniores, para partilha de casa entre idosos, e na rede de cuidadores informais, para permitir momentos de descanso a quem cuida diariamente, "que foi um trabalho que não foi feito em Lisboa", apontou o ex-comissário europeu Carlos Moedas.
"É importantíssimo ter como prioridade aqueles que são a base da nossa sociedade, a quem devemos muito e que hoje passam momentos de grande dificuldade", declarou o candidato social-democrata, referindo-se aos idosos, que "foram os que mais sofreram" durante a pandemia.
Sobre a falta de oferta na rede de cuidados continuados em Lisboa, o candidato da coligação "Novos Tempos" defendeu que o público e o privado têm de trabalhar em conjunto para garantir a resposta.
"Eu serei um presidente da Câmara de união entre as pessoas, mas também união nesta fricção que hoje vemos entre estas divisões entre o público e o privado. Acho que é importante que consigamos fazê-lo de forma ampla e olhar para o sistema no seu todo", afirmou Carlos Moedas, explicando que tal se aplica à saúde como a outras áreas, inclusive educação.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa, no próximo dia 26, Fernando Medina (coligação PS/Livre) Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
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