Pelas 03:00, quando faltavam ainda atribuir 11 câmaras, o PSD sozinho registava vitórias em 71 municípios, a que se somavam outras 38 em coligação, num total de 109 concelhos.
Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado de sempre, que levou à demissão do anterior líder, Pedro Passos Coelho: os sociais-democratas conquistaram 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), perdendo oito câmaras em relação a 2013, quando totalizavam 106 concelhos.
Além de mais câmaras e mais eleitos, os sociais-democratas tinham também apontado como meta encurtar a distância para o PS, que liderava mais 63 municípios, o que também será conseguido, com a diferença entre os dois partidos a poder reduzir-se para menos de 40 autarquias.
Além da vitória em Lisboa, no final da noite, Rui Rio destacou as conquistas de Coimbra, Portalegre ou Funchal, que vão permitir ao partido liderar nove das 18 capitais de distrito (contra cinco do PS) e as duas capitais das Regiões Autónomas.
Além das três novas capitais de distrito, os sociais-democratas mantêm Aveiro, Braga, Bragança, Faro, Santarém e Viseu e têm como principal revés a Guarda, perdida para o ex-presidente da concelhia social-democrata que concorreu como independente depois de ser preterido pela direção nacional.
O presidente do PSD destacou ainda a vitória em Barcelos, onde a direção nacional também impôs a sua escolha, ou a conquista inédita do Cartaxo, bem como de seis concelhos que o PSD irá liderar no Alentejo, quatro deles em Évora (Mourão, Redondo, Reguengos de Monsaraz e Vila Viçosa) onde em 2017 não tinha conquistado qualquer município, a que se somam Portalegre e Alter do Chão.
Finalmente, Rio realçou o reforço da votação do partido nos centros urbanos: Lisboa, Porto (onde o PSD sobe de 10,6% para 17%, taco a taco com o PS), mas também Sintra, Amadora ou Loures.
Apesar de ter alcançado os objetivos traçados na campanha, Rio recusou confirmar hoje se é recandidato à liderança do PSD nas diretas previstas para janeiro, alegando não querer misturar temas da "vida interna" com resultados autárquicos.
O presidente do PSD já tinha esclarecido durante a campanha que não iria demitir-se em qualquer caso, mas analisar se tinha ou não condições para se recandidatar: "Só tenho uma meta na minha cabeça naquilo que me possa fazer não ficar. É fazer igual ou pior ou muito pouquinho melhor", afirmou, em entrevista à Rádio Renascença, divulgada na passada segunda-feira.
Ainda assim, Rio deixou alguns 'recados' aos críticos internos, considerando que os resultados deram razão à sua forma de fazer política - "com um discurso genuíno e sincero" - e ao posicionamento ao centro que tem defendido para o partido, alegando que lhe permitiu conquistar câmaras em terrenos da esquerda.
Mesmo sem se comprometer com o seu futuro, o presidente do PSD deixou uma palavra de agradecimento ao parceiro de coligação em quase metade do país, o CDS-PP, e leu os resultados como "um aviso" ao Governo.
"Conseguimos mais implantação e conseguimos um PSD mais forte, o que dá para deduzir facilmente que estamos em muito melhores condições de ganhar as eleições em 2023", afirmou, considerando o resultado "um impulso importante para o futuro do PSD e para o futuro do país".
Numa noite que terminou em clima de festa na sede do PSD e com Rui Rio a sair para cumprimentar Carlos Moedas no hotel de Lisboa onde passou a noite eleitoral, o presidente do PSD reiterou a garantia de que fez "o melhor" que sabia e podia nestas autárquicas.
"Ponto, e aqui termina a coisa, e depois o futuro logo se verá", disse, sem esclarecer quando serão marcadas reuniões dos órgãos nacionais para o discutir.
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