"A forma como Portugal está a acolher refugiados do Afeganistão (em particular mulheres da música e futebol) deve encher-nos de orgulho". A consideração é de Miguel Poiares Maduro, ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, numa mensagem que partilhou através do Twitter.
Partindo de uma reportagem da Reuters sobre as jovens futebolistas afegãs que estão no nosso país, o também professor universitário sublinhou que para o sucesso do acolhimento "muito contribui a qualidade e iniciativa de várias organizações públicas e privadas nesta área, mas também o apoio do Governo".
De recordar que as meninas afegãs chegaram a Lisboa no dia 19 de setembro, na sequência de uma fuga de mais de 6 mil quilómetros e depois de semanas de medo, passadas em esconderijos, tentando ludibriar adversários muito mais difíceis do que aqueles que costumam ter dentro das quatro linhas.
Um novo jogo começa agora em Portugal, "um bom país" para recomeçar, referiu Sadaf, centrocampista, à Lusa, agradecendo o acolhimento das pessoas e o esforço do Governo para trazer também as famílias. Um sentimento partilhado por Parisa Amiri, que, aos 17 anos, assumiu o desejo de se afirmar no futebol e ainda estudar engenharia.
"Estamos muito felizes por vir para Portugal, porque no Afeganistão não nos deixavam jogar futebol e aqui podemos jogar, podemos ter os nossos objetivos aqui, podemos melhorar a nossa vida. São os nossos desejos: jogar futebol e sermos melhores jogadoras no futuro", garantiu a defesa.
A forma como Portugal está a acolher refugiados do Afeganistão ( em particular mulheres da música e futebol) deve encher-nos de orgulho. Para isso muito contribui a qualidade e iniciativa de várias orgs públicas e privadas nesta área, mas tb o apoio do governo. https://t.co/PrfRZIjpJy
— Miguel Poiares Maduro (@MaduroPoiares) October 3, 2021
Os talibãs tomaram o poder em Cabul, em 15 de agosto, após uma rápida campanha militar, tirando partido do vazio deixado pela retirada das tropas norte-americanas e o colapso do exército afegão.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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