Nuno Melo apresentou este sábado, no Porto, a sua candidatura à presidência do CDS-PP, , que vai disputar com o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, no próximo congresso partidário, que a direção propõe que se realize no final de novembro.
"Sou candidato à presidência do CDS-PP", afirmou.
O eurodeputado do CDS-PP e líder da distrital de Braga candidata-se à presidência do partido "por um imperativo de consciência" face à "progressiva perda de relevância própria" do partido, propondo-se "unir" e "chamar os que estão afastados"
Não consigo assistir quedo e mudo à perda de relevância própria do CDS enquanto partido fundamental da democracia em Portugal", atirou.
"Sou candidato, porque colocar-me à disposição do partido pelo qual lutei sempre e que me deu tanto, num dos momentos mais difíceis da sua existência, é para mim neste momento uma obrigação e um imperativo de consciência", afirmou o eurodeputado e líder da distrital de Braga do CDS-PP durante a apresentação da sua candidatura, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto.
Num discurso de cerca de 45 minutos, constantemente interrompido por efusivos aplausos da plateia de cerca de centena e meia de convidados, Nuno Melo sustentou que a atual direção do partido "dificilmente conseguiria conter e reduzir o crescimento dos novos partidos", como o Chega e o Inicialiva Liberal (IL) e, por isso, a sua candidatura pretente dar aos militantes a capacidade de "mudar essa fraqueza".
O candidato à liderança do CDS-PP considera que "a democraticidade interna do partido está a ser torturada" pela atual direção com a sua tentativa para antecipar o congresso, garantindo que tal apenas aumenta a sua "determinação".
"Qualquer disputa para um congresso implica lealdade, igualdade de armas, sentido de todos os valores democráticos de que não estamos disponíveis para abdicar, em nenhuma circunstância", sustentou o eurodeputado do CDS-PP durante a apresentação da sua candidatura, no Porto.
Afirmando perceber "agora que os prazos previstos no regimento do Conselho Nacional que vai agendar o próximo congresso tenham sido violados e todos os documentos necessários a uma decisão ponderada tenham sido guardados numa gaveta até ontem [sexta-feira]" e perceber "agora que haja quem queira antecipar um congresso" para o impedir de "percorrer o país [...], esclarecendo os militantes" acerca do seu projeto de candidatura", Nuno Melo garantiu, contudo, que "perceber não é aceitar".
"Acontece que perceber não é aceitar. E lhes garanto que, pela forma como a democraticidade interna do partido está a ser torturada, num dos momentos mais confrangedores da sua longa existência partidária, só aumenta a nossa determinação", assegurou, acrescentando: "Passa a ser uma luta pela decência e pela legalidade. Venceremos, porque a nossa causa é justa".
"O partido conhece-me. Sempre que precisei, os militantes estiveram na rua a conquistar votos comigo", afirmou o candidato. "A forma como queremos ganhar o Congresso tem tudo a ver com a forma como queremos conquistar o país. Os valores que apregoamos para fora são os que praticamos cá dentro".
"O CDS tem de voltar a ser um partido respeitado", defendeu, apelando a um partido "sem fraturas nem divisões".
Sob o mote "Tempo de construir", a sessão de apresentação da candidatura de Nuno Melo contou com a presença de mais de uma centena de convidados, entre os quais vários rostos conhecidos do partido, como o líder da bancada parlamentar centrista, Telmo Correia, a deputada Cecília Meireles, o antigo líder da distrital do CDS-Porto Álvaro Castello-Branco, o deputado e presidente da União de Freguesias de Cascais e Estoril, Pedro Morais Soares, e o deputado João Almeida, que há dois anos disputou a liderança do partido com o atual presidente do partido.
[Notícia atualizada às 18h11]
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