"Chega ao fim este debate do Orçamento do Estado na generalidade. Um orçamento que, daqui a poucas horas, será chumbado, abrindo caminho a novas eleições. A Iniciativa Liberal quer dirigir esta sua intervenção àqueles portugueses que possam encarar este momento com apreensão", afirmou o deputado único liberal, João Cotrim Figueiredo, no encerramento do debate do OE2022.
Na perspetiva da Iniciativa Liberal, apesar de já se ter começado a assistir "ao espetáculo deprimente do passa culpas entre os desavindos da 'geringonça'", os "portugueses não se deixarão enganar por esta manobra de desresponsabilização".
"É a esquerda, toda ela, que é responsável por esta situação. A esses tais portugueses queremos dizer que as eleições que terão lugar são também uma oportunidade de penalizar quem assim se comporta e serão uma oportunidade de escolher um novo rumo para o país e escolhê-lo já", desafiou.
João Cotrim Figueiredo defendeu ainda que a situação atual se deve ao facto de a 'geringonça' se ter esgotado "nas suas próprias contradições".
"A esses portugueses queremos dizer, com confiança e com clareza, que não devem recear o facto de irem ter uma oportunidade de decidir o caminho político que querem seguir de agora em diante. A bem do país, tem de ser dito, é possível um caminho melhor", reiterou.
Insistindo numa ideia que já tinha defendido no primeiro dia do debate orçamental, o deputado único liberal considerou que este fim da maioria de esquerda "é uma derrota do primeiro-ministro, António Costa" que, em 2015, achou que "podia governar eternamente com a extrema-esquerda sem que esta viesse a exigir, mais tarde ou mais cedo, o inaceitável".
"Chegámos aqui também porque, mesmo com os parceiros da extrema-esquerda a quem fazia juras de amor, o Governo do PS incumpriu aquilo que prometia", criticou.
Para Cotrim Figueiredo, outro dos motivos pelo desfecho anunciado é o facto de o executivo socialista ter apresentado "um mau orçamento, o mais à esquerda de sempre", e ainda assim ter aceitado "torná-lo ainda pior".
"Portugal não pode continuar estagnado e sem crescer. Portugal não pode estar refém de comunistas, bloquistas ou outros extremistas. Portugal não pode continuar a alimentar este modelo socialista de dependência do Estado", defendeu.
Na perspetiva dos liberais, "Portugal tem de mudar de rumo, tem de mudar de chip, tem de mudar de app".
Portugal tem de desinstalar o socialismo e instalar mais liberalismo", sintetizou.
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