Rodrigues dos Santos quer cancelar congresso e disputar legislativas

O presidente do CDS-PP anunciou hoje que quer que congresso eletivo agendado para o final de novembro seja cancelado e defendeu que a sua direção está legitimada para disputar as eleições legislativas uma vez que o mandato termina em janeiro.

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Lusa
29/10/2021 21:25 ‧ 29/10/2021 por Lusa

Política

CDS-PP

Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que a proposta que apresentará ao Conselho Nacional, que está reunido hoje, é que o congresso agendado para 27 e 28 de novembro "seja cancelado" e as eleições de delegados, marcadas para domingo, "sejam consideradas sem efeito".

Na sua ótica, o congresso deve realizar-se depois das eleições legislativas.

O líder centrista falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, enquanto decorre, à 'porta fechada' e por videoconferência, uma reunião do Conselho Nacional convocada com urgência para decidir o adiamento do congresso marcado para 27 e 28 de novembro.

Questionado sobre qual a razão para propor o cancelamento e não um adiamento da reunião magna do partido, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que, "havendo um novo congresso, deve-se iniciar um processo do princípio porque não há uma data previsível para realizar o próximo".

Perante a comunicação social, o presidente do CDS-PP defendeu também que está legitimado para liderar o partido nas eleições legislativas antecipadas.

"Fui eleito presidente do CDS em 26 de janeiro de 2020, e tendo este mandato a duração de dois anos, é óbvio para absolutamente todos os portugueses que tenho total legitimidade política para liderar o nosso partido no próximo ciclo político e para continuar a construir uma alternativa ao governo socialista", afirmou.

"A minha legitimidade não advém de nenhum barão nem de nenhum notável do partido. A legitimidade política da minha liderança vem do voto dos militantes que me foi conferido com congresso", salientou, apontando que a sua direção está "em exercício de funções até final de janeiro".

Confrontado com a possibilidade de as eleições autárquicas serem em fevereiro, respondeu que "há flexibilidade política e democrática para, quando há acontecimentos de relevo do país, estender-se os mandatos e não provocar eleições internas", alegando que quando há eleições autárquicas "seis meses antes suspendem-se os atos internos para eleições das concelhias para garantir estabilidade política".

O presidente do CDS-PP alertou também que, se as eleições legislativas se realizarem em janeiro, as listas de candidatos a deputados teriam de ser entregues em dezembro, o que "obriga o CDS-PP, na melhor das hipóteses, na semana seguinte ao congresso a ter já uma estratégia eleitoral definida, um programa construído e listas fechadas", o que na sua ótica é "um delírio".

"Parece-me este não é o tempo adequado para o debate interno. Depois das eleições os militantes do partido terão oportunidade de esgrimir as diferenças e as divergências que os separam", salientou, apontando que "o que está em causa" não é o que é melhor para si, mas para o país.

"Eu não tenho medo, nunca tive medo" de ir a votos internamente, garantiu também.

[Notícia atualizada às 23h41]

Leia Também: Líder do CDS diz que Conselho Nacional foi marcado "ao abrigo das regras"

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