Militantes do PSD de Gaia contestam atual liderança da concelhia

Um grupo de militantes do PSD de Vila Nova de Gaia criou um movimento intitulado 'Reativar PSD de Gaia' para "criar uma alternativa à linha política" que tem conduzido a concelhia nos últimos anos, sob liderança de Cancela Moura.

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Lusa
31/10/2021 13:43 ‧ 31/10/2021 por Lusa

Política

Vila Nova de Gaia

Em declarações, hoje, à agência Lusa, Rui Pedro Gonçalves, vice-presidente do núcleo de Mafamude do PSD e porta-voz do movimento, explicou que a iniciativa "nasce na sequência do ato eleitoral do último sábado" para eleição da comissão política concelhia, quer pela forma como foi convocado -- "quase em silêncio e surdina" -, quer pela fraca participação que registou: "A pior de todos os tempos", com apenas 6% dos 5.500 militantes inscritos a votarem.

Segundo adiantou, o "núcleo duro" do movimento 'Reativar PSD de Gaia' "congrega, neste momento, representantes de todas as freguesias de Vila Nova de Gaia", num total de 25 elementos, e propõe-se "começar a criar uma alternativa à atual linha política que tem vindo a conduzir o partido em Vila Nova de Gaia nos últimos seis anos".

"É um conjunto de militantes que tinham interesse e vontade de participar num ato eleitoral democrático e que fosse livre, com discussão de ideias e projetos para Vila Nova de Gaia, mas que ficou coartado com a antecipação do ato eleitoral, que foi conduzido quase que em silêncio e em surdina, apanhando completamente de surpresa os militantes por este golpe de Estado que foi feito do ponto de vista administrativo", sustentou.

A agência Lusa tentou obter um comentário do ex-líder da concelhia de Gaia do PSD, José Cancela Moura, mas sem sucesso até ao momento.

Em causa estão as eleições para a comissão política do PSD de Gaia, que decorreram no sábado - mas que, "em período normal, iriam ocorrer em dezembro ou, o mais tardar, nas primeiras semanas de janeiro" - e às quais se apresentou apenas uma lista, liderada por Rui Rocha.

Rui Pedro Gonçalves acusa o anterior líder da concelhia, Cancela Moura, que renunciou ao mandato em setembro, após perder as eleições autárquicas para o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, de, "face à derrota estrondosa que aconteceu em Vila Nova de Gaia, fugir à discussão e não permitir que o partido pudesse respirar e refletir".

"Como já era espectável, deste golpe manhoso e traiçoeiro, que castrou a liberdade democrática dos militantes livres do PSD, somente uma candidatura teve condições de ser constituída. Candidatura que foi preparada às escondidas, antes mesmo de as eleições serem agendadas, numa sintonia de calendário orquestrada pelo anterior líder concelhio Cancela Moura que, na impossibilidade estatuária de se poder recandidatar, preparou e antecipou, com o seu jeitinho manhoso, a sucessão para um seu 'fiel depositário', que garante executar tudo o que o seu amigo Cancela Moura desejar", atira.

"Cancela Moura não é formalmente presidente da concelhia, mas vai, com o seu jeito manhoso, continuar a comandar a comissão política através do seu mensageiro, agora eleito presidente", acrescenta.

Acusando Cancela Moura de "cobardia política" e de "sobrepor o interesse pessoal ao interesse do partido", instituindo em Gaia "um regime igual à Coreia do Norte", Rui Pedro Gonçalves diz que o deputado do PSD trata os militantes como "mercadoria dispensável", apenas "útil para carrear as suas pretensões pessoais".

"Cancela Moura conduziu, nos últimos anos, o PSD de Gaia a uma insignificância extrema, seja no contexto político concelhio, seja no contexto político nacional. Hoje o PSD de Gaia é um partido desmobilizado, fraturado e sem um projeto político vencedor. Um partido onde a mediocridade e mesquinhez impera nos seus dirigentes e que são reflexo da sua liderança", sustenta.

O porta-voz do movimento "Reativar PSD de Gaia" critica ainda Cancela Moura por passar, "em menos de dois meses, de convicto apoiante de Rui Rio para um convicto apoiante de Paulo Rangel", a quem apela que, "com humildade democrática, retire a sua candidatura e some os seus apoios" ao atual líder social-democrata.

"A atual conjuntura política que se vivencia em Portugal exige que todos os responsáveis políticos do PSD se unam, para ser possível crescer e finalmente vencer as próximas eleições legislativas. Para este desiderato, o desafio e sentido de Estado está, fundamentalmente, nas mãos de Paulo Rangel. Atento aos calendários eleitorais que se avizinham, cabe à candidatura de Paulo Rangel colocar os interesses do país e do PSD em primeiro lugar, para isso, cabe-lhe o desafio maior de, com humildade democrática, retirar a sua candidatura e somar os seus apoios a Rui Rio, para que seja possível ter um partido unido e mobilizado para vencer as próximas eleições legislativas, fazendo dessa forma justiça às suas próprias bandeiras políticas", defende.

Leia Também: Morreu o deputado social-democrata António Topa

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