Em entrevista à RTP3, Francisco Rodrigues dos Santos, disse não ser "indiferente às saídas de militantes".
"Lamento-as a todas, sem exceção", salientou.
No entanto, o presidente do CDS-PP considerou que "algumas delas até estavam pré-anunciadas", referindo uma notícia do semanário Sol que indicava que alguns militantes ligados a Paulo Portas, os "portistas", estavam preparados para sair caso Nuno Melo perdesse o congresso e Francisco Rodrigues dos Santos continuasse na liderança.
"Algumas não me provocam surpresa, porque desde que eu fui eleito as manifestações públicas acerca do CDS foram muito agressivas para comigo", lamentou, apontando que estas saídas não causam "nenhuma estupefação, embora lamente".
Salientando que "o partido não se confunde com a história destas pessoas, por mais relevante que tenha sido o seu papel no passado", Francisco Rodrigues dos Santos salientou que "a vida dos partidos é dinâmica" e recordou que já houve "fundadores a sair e ex-presidentes".
"Ficar para obstaculizar a liderança do CDS, estar constantemente a ridicularizá-la na opinião pública creio que também não prestam um bom serviço", defendeu.
O líder centrista destacou depois que este ano o partido admitiu "mais de 900 filiados" e esta semana, por altura do aniversário da Juventude Popular, "está organizado um movimento de refiliações no partido", afirmando que "o saldo é claramente positivo".
"E é importante que as pessoas compreendam que os partidos têm ciclos políticos internos que obedecem a transições democráticas dentro do seu edifício e muitas vezes obrigam a que haja saídas", acrescentou, apontando que defende um partido em que são "todos iguais" e "cada militante tem um peso significativo".
Na sequência do adiamento do congresso eletivo do CDS-PP, marcado para 27 e 28 de novembro, o ex-ministro da Economia António Pires de Lima, o antigo vice-presidente do partido Adolfo Mesquita Nunes, a antiga deputada Inês Teotónio Pereira ou o ex-dirigente nacional centrista João Maria Condeixa anunciaram a desfiliação do CDS-PP.
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