Mariana Vieira da Silva, antiga ministra e atual deputada do Partido Socialista (PS), juntou-se, esta segunda-feira, às vozes críticas do primeiro-ministro, Luís Montenegro, pelas suas mais recentes declarações sobre os casos de violência doméstica.
"Os números não existem para enfeitar discursos nem posts nas redes sociais. Este dia 25/11 serve mesmo para revelar, não para desvalorizar", começou por escrever a antiga ministra da Presidência, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter), neste que é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
"Num Governo que não sabe lidar com números, o PM erra no diagnóstico. E quem erra no diagnóstico, falha nas políticas", atirou a socialista.
Os números não existem para enfeitar discursos nem posts nas redes sociais. Este dia 25/11 serve mesmo revelar, não para desvalorizar. Num Governo que não sabe lidar com números, o PM erra no diagnóstico. E quem erra no diagnóstico, falha nas políticas. https://t.co/4MMOBcXtBV
— Mariana VdS (@margvs) November 25, 2024
Mariana Vieira da Silva criticava assim o facto de o primeiro-ministro se ter manifestado hoje convicto de que o aumento dos casos de violência doméstica se deve ao facto de haver mais denúncias e não a um "aumento real".
Estas declarações foram proferidas durante um discurso na sessão de encerramento da conferência 'Combate à violência contra mulheres e violência doméstica', na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais. Luís Montenegro afirmou que o crime de violência doméstica "é muitas vezes um crime silencioso" e, referindo que não queria "chocar ninguém", disse ter dúvidas de que o aumento no número de casos que se regista nas estatísticas "signifique o aumento da criminalidade tipificada para a violência doméstica".
Além de Mariana Vieira da Silva, também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, criticou o chefe do Executivo. "O cidadão Luís Montenegro tem o direito de achar coisas, mas a um primeiro-ministro exige-se menos ligeireza e mais respeito pelos factos, especialmente quando falamos de violência exercida sobre mulheres", disse Pedro Nuno Santos, também nas redes sociais, onde apresentou números da Polícia Judiciária (PJ) e de mulheres assassinadas no país em 2024.
Também a deputada bloquista Joana Mortágua afirmou que "quando se resume a segurança a 'perceções' sai asneira" e a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, aconselhou Montenegro a ter "menos perceções e mais factos".
"Montenegro, que ordena operações para aumentar a 'percepção' de segurança, tem a 'percepção' de que a violência contra mulheres não aumentou (apenas as queixas). Menos percepções e mais factos aconselhariam o primeiro-ministro a levar mais a sério o maior problema de segurança interna - este", escreveu Mariana Mortágua no X.
[Notícia atualizada às 23h51]
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