João Cotrim de Figueiredo reagiu com satisfação à comunicação feita esta quinta-feira pelo Presidente da República, onde anunciou a dissolução do Parlamento e a consequente marcação de eleições legislativas antecipadas, sublinhando que a leitura da situação política feita pelo Chefe do Estado se alinha com a da Iniciativa Liberal (IL).
"O senhor Presidente da República fez leituras que coincidem em tudo com o que a IL pensa", disse, acrescentando que "a primeira leitura é que a solução governativa que tivemos desde 2015 ruiu. Ruiu por divergências bem mais profundas do que aquelas que resultavam apenas da discussão do Orçamento para 2022."
O deputado único da IL acredita que é "urgente dar voz aos portugueses" e que, para isso, é necessária uma "campanha esclarecedora, que não é compatível com calendários que coincidam com a quadra festiva", acrescentou.
Para a IL, "começar debates na altura do Natal e do Ano Novo não seria certamente um bom serviço prestado ao esclarecimento que os eleitores vão precisar, nem seria uma forma de combater a abstenção".
"A terceira leitura é que chegados a uma situação de crise que ninguém desejava, a democracia tem sempre soluções e temos que encarar estas situações com normalidade, serenidade e com sentimento de esperança, também porque vamos ser chamados de novo a decidir sobre o nosso futuro coletivo", sustentou.
A Iniciativa Liberal concorda, assim, com a data de 30 de janeiro, que considera "ponderada" e "razoável", para que haja um "cabal esclarecimento das opções que estão perante os portugueses."
"Como dissemos desde o início, a Iniciativa Liberal estaria preparada para eleições qualquer que fosse a data, estamos habituados a trabalhar sobre pressão e com poucos recursos, mas entendemos que para um cabal esclarecimento das opções que estão perante os portugueses a data fixada pelo senhor Presidente da República de 30 de janeiro é uma data correta, uma data razoável", declarou.
O Presidente da República anunciou hoje ao país que vai dissolver o parlamento, decisão que propôs na quarta-feira ao Conselho de Estado e que obteve parecer favorável.
"Uma semana e um dia depois da rejeição do Orçamento para 2022 encontro-me em condições de vos comunicar que decidi dissolver a Assembleia da República", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, acrescentando que marcou as eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
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