"Estamos certos de que Paulo Rangel será capaz de usar da sua experiência internacional e olhar para os portugueses emigrados, para os portugueses do mundo, integrando-nos e a fazer parte da solução. Longe fisicamente, mas com Portugal no pensamento, sempre", pode ler-se numa declaração de apoio assinada pelo presidente da secção do PPD/PSD de Toronto, Laurentino Esteves, e pelo presidente da secção do PPD/PSD de Macau e Hong Kong, Vitório Rosário Cardoso, à qual a agência Lusa teve acesso.
Para os presidentes das duas secções, o PSD tem de ser um partido que olhe para as comunidades portuguesas, lembrando que estas "são um ativo estratégico e valioso que tem sido desperdiçado pelos últimos governos" e que o partido "tem-se mostrado também pouco interessado".
"O partido e o país precisam de um líder agregador, dinâmico e cosmopolita, um homem com mundo, capaz de devolver ao partido a sua matriz universal e humanista, a visão e o sonho do seu fundador e provavelmente, o melhor de todos nós, Francisco Sá Carneiro", evocam.
Acusando Rui Rio de "traição e abandono", por não ter recebido os Conselheiros das Comunidades Portuguesas da Ásia e da Oceânia, os Laurentino Esteves e Vitório Cardoso escrevem que o atual presidente do partido "dificultou a participação política dos militantes do PPD/PSD do fora da Europa".
"Entre outras atitudes autistas e míopes, foram também por estas razões que o PPD/PSD perdeu um deputado nas últimas eleições do círculo de fora da Europa para o PS", culpam.
As secções atiram ainda que Rui Rio, tal como a esquerda, sempre "temeu os portugueses fora do espaço europeu", por trazerem "consigo uma dimensão de portugalidade global, de portugueses determinados, resilientes e lutadores".
As eleições diretas no PSD estão marcadas para 04 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro, mas existe já uma proposta, a votar na reunião de sábado no Conselho Nacional, para antecipar a reunião magna para entre 17 e 19 de dezembro, subscrita por conselheiros e dirigentes que já mereceu o apoio do outro candidato à liderança do PSD, o eurodeputado Paulo Rangel.
Em 13 de outubro, véspera do último Conselho Nacional do PSD, a direção do partido enviou a meio da tarde uma proposta de calendário eleitoral (diretas em 04 de dezembro e congresso em janeiro), mas, poucas horas depois, após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rui Rio apelou à suspensão da disputa interna até à votação do Orçamento do Estado, numa proposta que acabaria rejeitada na reunião por 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.
O Orçamento do Estado foi mesmo 'chumbado' em 27 de outubro e, na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
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