Esta posição foi transmitida por Nuno Melo, que se apresentou como candidato à liderança do partido em 06 de outubro, numa mensagem na sua conta da rede social Facebook, na qual promete lutar "com todas as forças, até ao último minuto, para evitar que o CDS seja destruído por tanta imaturidade".
Nuno Melo começa por referir que o último Conselho Nacional do PSD, que se realizou no sábado à noite, em Aveiro, mesmo estando eleições legislativas antecipadas agendadas para 30 de janeiro, marcou as diretas para eleger o líder social-democrata para 27 de novembro.
Para o eurodeputado democrata-cristão, se "no PSD foi possível marcar diretas para o dia em que o CDS tinha marcado o seu congresso", então "fica provado que a questão de não haver tempo para fazer o Congresso do CDS foi uma falsidade".
"O mesmo Conselho Nacional do PSD marcou o congresso do partido que aprovará a estratégia e elegerá os órgãos políticos para 17 a 19 de dezembro. Segunda conclusão: O PSD decidiu democraticamente ter dois momentos importantes de afirmação política em novembro e dezembro", assinala.
Ora, no CDS, segundo Nuno Melo, a direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos disse "que não era possível".
"Tendo Congresso a 27 e 28 de novembro, o CDS dispunha de mais de vinte dias para fazer as listas eleitorais. Chega e sobra, como se vê pelas decisões tomadas no PSD", contrapõe.
Ainda de acordo com Nuno Melo, no plano político, "ganhe quem ganhar no PSD, o referido partido terá um líder com mandato, estratégia aprovada e órgãos eleitos sem qualquer dúvida de legitimidade".
"Se o CDS não põe as mãos na consciência e arrepia caminho será o único partido democrático a concorrer nas legislativas com um líder sem mandato e uma estratégia completamente desatualizada. Todo o país percebeu que o diretório do CDS, por temer o resultado do congresso, fez uma fuga em frente, causou um gravíssimo dano ao prestígio e à respeitabilidade do partido e vexou os militantes, retirando-lhes o poder de escolher o destino da instituição", acusa.
Nuno Melo estabelece ainda mais uma diferença de ordem democrática entre os processos internos dos sociais-democratas e o do CDS.
"O Conselho Nacional do PSD - tal como o anterior - decorreu presencialmente, sem truques ou violação de prazos e sem qualquer polémica sobre o modo de votação. No CDS, pelo contrário, a direção acha normal refugiar-se em conselhos nacionais convocados sem respeito pela lei, realizados remotamente para ser possível a censura nas intervenções, a parcialidade na concessão da palavra e com um sistema de votação digital, nunca auditado e sem fiscalização", acrescenta.
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