Rui Rio protagonizou, este domingo, o discurso de encerramento do 34.º Congresso do PSD, em Santa Maria da Feira.
O líder do PSD começou por agradecer a presença de representantes de vários membros de outros partidos nacionais no evento 'laranja' afirmando considerar "importante o diálogo entre partidos políticos".
"A visão clubística que trata adversários como inimigos não coaduna com a minha ideia", afirmou Rui Rio, afirmando que "todos trabalham para servir Portugal e apenas nos distinguimos na forma como o fazemos".
"Defendo que sempre que o entendimento é possível, ele é, obviamente, preferível à discórdia e à mera tática partidária de curto prazo", atirou, acrescentando, ainda, que "inventar divergências para além das que existem realmente é inútil".
Apesar das simpáticas palavras iniciais, Rui Rio acabou por não se poupar nas criticas ao Governo socialista, que acusa de ter tomado medidas só a pensar na aprovação dos seus "Orçamentos do Estado" e não no bem do país e dos portugueses tendo, desta forma, colocando em causa o crescimento económico de Portugal.
O presidente do PSD responsabilizou o PS e a esquerda pela realização de eleições antecipadas, que atribuiu ao "esgotamento de uma solução política de má memória".
"De má memória, porque a sua principal marca identitária era a de uma permanente aposta no presente e a de um notório desprezo pela construção de um futuro melhor e mais sólido para o nosso país", criticou.
A lógica socialista, considerou, agravou-se com a "esquerda radicalista que serviu para intensificar o tique socialista do mediatismo" e considerou que as medidas do governo "indignam qualquer um por pagar tantos impostos e ver a leviandade com que são usados por quem os recebe".
"Os larguíssimos milhares de milhões de euros que esta conjuntura permitiu pôr à disposição do Governo, foram, porém, todos delapidados com o claro objetivo do PS de conseguir obter a aprovação dos seus Orçamentos do Estado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda", acusou.
Numa das passagens muito aplaudidas da sua intervenção, hoje perante uma sala cheia, ao contrário da abertura, Rio lamentou que não tenha havido verbas suficientes para apoiar as empresas na recuperação das empresas e das famílias, nem para apoiar o investimento.
"Não faltou dinheiro para o Novo Banco, para a TAP ou para os perdões fiscais à EDP", lembrou relativamente a este aspeto, focando-se depois nas críticas a Eduardo Cabrita e ao SEF.
"É certo que o desempenho do ministro Eduardo Cabrita foi absolutamente desastroso, como desastroso foi o prolongado e cúmplice apoio que o primeiro-ministro lhe deu durante tanto e tanto tempo", criticou, mas acrescentado que também a anterior ministra, Constança Urbano de Sousa, tinha tido "notórias dificuldades" numa função que exige autoridade e disciplina.
"A democracia não pode ser símbolo de facilitismo, e muito menos é ela incompatível com estes valores estruturantes da nossa sociedade. Sem rigor, sem respeito pela lei e sem disciplina não há democracia; há sim, uma via para a anarquia", acusou.
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