"Não deixando evidentemente de ser importante que tenha existido esta aprovação, a mesma não é a tábua de salvação da TAP porque sabemos que existem ainda muitos problemas pela frente", afirmou a porta-voz do PAN.
Em declarações à agência Lusa, Inês Sousa Real disse esperar que "efetivamente se consiga manter o mais possível os postos de trabalho das pessoas, os funcionários, e que a TAP também consiga estar numa rota de descarbonização, de transição energética", advogando que "a competitividade aos dias de hoje também tem que ser sinónimo de responsabilidade ambiental e social".
Na terça-feira, a Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo, porém, algumas condições, entre elas que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no aeroporto de Lisboa.
Para o PAN, a rejeição do plano de reestruturação da transportadora aérea nacional, apresentado pelo Governo, poderia "por em causa aquilo que seria a viabilidade da TAP continuar a ser uma empresa nacional" e ser necessário "proceder à sua venda".
"Do ponto de vista estratégico para o país e dos postos de trabalho, que tem sido desde o primeiro momento uma das preocupações do PAN, seria de facto muito complicado", assinalou Inês Sousa Real, rejeitando despedimentos e salientando que essa "é uma preocupação que tem de continuar a estar em cima da mesa".
A líder do partido Pessoas-Animais-Natureza disse ainda estar preocupada com questões como "a dimensão concorrencial da TAP" e considera que é preciso acautelar "que a empresa não perde competitividade" e que não há um retrocesso "em compromissos" como "a preocupação com os voos noturnos" e o "excesso de carga na cidade de Lisboa".
O plano "estabelece um pacote de medidas para racionalizar as operações da TAP e reduzir os custos", nomeadamente a divisão de atividades entre, por um lado as da TAP Air Portugal e da Portugalia (que serão apoiadas e reestruturadas), e por outro a alienação de "ativos não essenciais" como filiais em atividades adjacentes de manutenção (no Brasil) e restauração e assistência em terra (que é prestada pela Groundforce)".
Além disso, a TAP ficará "proibida de quaisquer aquisições" e reduzirá a sua frota "até ao final do plano de reestruturação, racionalizando a sua rede e ajustando-se às últimas previsões que estimam que a procura não irá aumentar antes de 2023 devido à pandemia", ressalva a instituição.
O Governo entregou à Comissão Europeia, há um ano, o plano de reestruturação da TAP, tendo, entretanto, implementado medidas como a redução de trabalhadores.
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