Em reação à reunião que juntou especialistas e políticos para avaliar a evolução da pandemia de covid-19 no Infarmed, Rui Rocha, membro comissão executiva da IL, sublinhou que apesar do elevado número de casos de infeção, o número de internamentos mantém-se relativamente estável.
Rui Rocha considerou que o país se encontra já numa nova fase da pandemia da covid-19 que merece novas abordagens, incluindo no que respeita a medidas restritivas.
"Não vale a pena insistir em medidas de grande restrição, isso já não é eficaz, nem útil nesta fase. O que é preciso é ter uma grande confiança na responsabilidade dos portugueses e no seu comportamento", defendeu na mensagem em vídeo, falando numa necessidade de "focar na autorresponsabilização".
O membro da IL manifestou-se também preocupado com os efeitos da pandemia na economia e no ensino, recordando as estimativas apontadas hoje pelos especialistas que antecipam que Portugal possa ter entre 4% a 12% da população em isolamento.
Perante essa possibilidade, a IL sugere a redução do período de isolamento profilático como possível solução para mitigar o impacto sobre a economia e a educação.
"Não podemos ter o país parado, não podemos ter o país impedido de exercer direitos fundamentais, não podemos ter as escolas mais prejudicadas. Temos de olhar para as regras de isolamento e de quarentena e definir novas abordagens", afirmou.
Quanto a essas novas abordagens, Rui Rocha destaca também a necessidade de mais e melhor informação, sobretudo a respeito da caracterização dos internamentos e o seu estado vacinal, e considerou que o processo de vacinação contra a covid-19 deve focar-se nos grupos prioritários.
Mostrando também preocupação com os serviços de saúde, o liberal fala na "nova abordagem nos serviços de primeira linha", referindo a linha SNS 24, os centros de saúde e as urgências hospitalares cujos profissionais diz estarem afogados em procedimentos administrativos.
Na mensagem de cinco minutos, Rui Rocha referiu ainda as eleições legislativas e a possibilidade de milhares de eleitores se virem impedidos de votar por estarem a cumprir isolamento profilático.
Sem apontar soluções, questionou apenas se as pessoas que estejam em isolamento por serem contactos de risco, sem estarem infetadas com o SARS-CoV-2 seriam impedidas de ir às urnas no dia 30 de janeiro.
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