O presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, - que volta a ser o cabeça de lista por Lisboa depois de nas legislativas de estreia, em 2019, se ter tornado o primeiro deputado do partido -- apresenta, em entrevista à agência Lusa, aquilo que apelidou de um "silogismo": "Portugal tem que crescer, para crescer tem de mudar, para mudar precisa da Iniciativa Liberal".
Com as legislativas de 30 de janeiro como pano de fundo, o presidente da IL não consegue afirmar se estas serão as eleições mais imprevisíveis, mas vê a possibilidade de mudança no horizonte.
"Nesta altura que estamos a falar, já quase a meio de janeiro, é mais provável haver uma mudança de ciclo do que em qualquer outra altura desde que fui eleito para o parlamento", aponta, numa alusão ao fim da "era socialista".
Notando um desgaste nos socialistas, Cotrim Figueiredo afirma que o seu objetivo é tornar claro a todos os portugueses que "o PS o que faz, o que tem feito sempre nas décadas mais recentes, é tudo o possível para se manter no poder".
"Quem tem tanta ânsia, tanta fome, tanta vontade de se agarrar ao poder, não pode ser um partido que tem os interesses do país em primeiro lugar", acusa.
Desafiado a comparar a IL das últimas legislativas com a que agora se apresenta na corrida eleitoral, o deputado defende que o partido "é diferente no sentido em que se aprofundou", sem ter mudado de natureza, havendo assim capacidade de atingir os objetivos eleitorais traçados para 30 de janeiro: 4,5% dos votos e cinco mandatos.
Para Cotrim Figueiredo, a IL deu "um salto" e as análises "muito, muito superficiais" de que era "o partido do Twitter, não conta para nada e eram uns miúdos os responsáveis" está completamente ultrapassadas.
Sobre o objetivo, que dá o mote ao programa eleitoral, de pôr "Portugal a crescer", o presidente liberal defende que isso implica "políticas diferentes" que necessitam da IL "para ver a luz do dia" e por isso é que o partido tem que "fazer parte da solução".
"Só nós é que temos determinadas formas de abordar alguns assuntos, só nós e trazemos alguns temas para agenda política e sobretudo só nós é que temos demonstrado de facto a determinação a coragem", garante, considerando que o partido não tem "medo de tocar em propostas menos populares mediaticamente".
As quatro bandeiras que a IL agita nesta campanha são sintetizadas por Cotrim Figueiredo.
"Portugal precisa de reformar o SNS para acabar com as listas de espera, precisa de reduzir impostos para aumentar salários e criar emprego de qualidade. Precisa de emagrecer o Estado para, entre outras coisas, reduzir as oportunidades de corrupção e é preciso arranjar uma solução para a TAP, entenda-se privatizá-la, tão cedo quanto possível dentro do interesse do Estado", enuncia.
Na análise de Cotrim Figueiredo, falta uma "fase crucial" desta campanha eleitoral que representa "maior risco para os partidos particularmente claros, assertivos, ideológicos e novos", que é o apelo ao voto útil.
"Portanto quero deixar aqui claro para toda a gente que o voto mais útil é verdadeiramente o voto na Iniciativa liberal. E porquê? Porque sem a Iniciativa Liberal os partidos que possam eventualmente estar de acordo connosco numa série de medidas não tem energia não têm o ímpeto reformista não tem a capacidade de levar essas medidas a cabo", apela.
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