Rui Rio, que falava aos jornalistas durante um ação de campanha nas ruas de Beja, apontou a abertura manifestada pelo secretário-geral do PS para dialogar com o Bloco de Esquerda (BE) como mais "um dos ziguezagues" de António Costa.
Em seguida, observou: "Eu não sei como é que conseguem reerguer a 'geringonça' na exata medida em que o BE e o PCP fizeram determinadas reivindicações para aprovar o Orçamento de 2022".
"O doutor António Costa não deu, não cedeu, por isso é que estamos em eleições", referiu o presidente do PSD, questionando: "E agora em fim de fevereiro ou em março o PS já está disponível para dar aquilo que não estava disponível há dois meses?".
"Mas então, se era para dar, tinha dado há dois meses e não andávamos em eleições e a criar esta instabilidade, com o BE e o PCP a dizer que a culpa é dele e ele a dizer que a culpa é do BE e do PCP. Se isso vier a acontecer, eu acho que os portugueses não vão perceber", concluiu.
Segundo Rui Rio, António Costa não tem "quase nenhuma saída" para governar, restando-lhe "pedir a maioria absoluta, como pediu", mas que no seu entender "é quase impossível" e "seria um bocadinho de mais face aos resultados destes seis anos de governação".
Sobre um eventual entendimento entre PS e BE, o presidente do PSD disse ter visto António Costa "sempre a distância" até esta altura da campanha, em que "afinal já fala com toda a gente, já fala também com o BE".
Rui Rio apontou como outros "ziguezagues" de Costa a possibilidade de venda de mais de 50% do capital da TAP por um Governo do PS e a eventual reversão do fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro no parlamento, uma medida acordada com o PSD na atual legislatura.
"O PS é um partido que ao longo dos tempos, e em particular neste consulado do doutor António Costa, completamente avesso a qualquer reforma", sustentou, a propósito do fim debates quinzenais: "Qualquer reforma que se procure fazer, à primeira resistência, o PS cede".
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