"Esta nossa ideia em relação à convergência é uma ideia que deveria ser aprofundada e criar as condições para a sua concretização", considerou o dirigente comunista, no final de um desfile da CDU na Baixa da Banheira, concelho da Moita (Setúbal), no âmbito da campanha para as eleições legislativas.
Jerónimo de Sousa referiu que a "convergência não é um bem, nem um mal em sim mesmo", mas permite encontrar "soluções que a cada um pareçam mais adequadas".
"Nós somos promotores dessa convergência, mas convergência em torno de coisas concretas, e não em torno de declarações mais ou menos etéreas", acrescentou.
O membro do Comité Central do PCP sustentou que o partido não vai aceitar "convergência de uma forma torcida", ou seja, sem as respostas que os comunistas consideram ser necessárias para resolver os problemas do país.
Jerónimo de Sousa foi questionado sobre a necessidade de o Presidente da República fazer uma reflexão das suas responsabilidades se houver novamente uma maioria de esquerda na Assembleia da República.
Nos últimos dias, o dirigente comunista João Oliveira, um dos substitutos temporários do secretário-geral na campanha eleitoral, defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa tem de fazer "um balanço" se este cenário se confirmar no dia 30.
Hoje, Jerónimo de Sousa respondeu que o chefe de Estado "está sempre em reflexão, com uma dinâmica de reflexão estonteante por vezes".
"É preciso fazer, de facto, um esforço para a leitura de resultados e interpretá-los politicamente. Acho que o Presidente da República não ficará de fora", adicionou.
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