Costa de "consciência tranquila" promete "nada, nada" com extrema-direita

António Costa encerra a campanha no Porto, onde garante estar pronto para regressar ao trabalho na segunda-feira e devolver "estabilidade aos portugueses".

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Tomásia Sousa com Lusa
28/01/2022 22:57 ‧ 28/01/2022 por Tomásia Sousa com Lusa

Política

Legislativas

António Costa admitiu esta noite, no encerramento da campanha, estar de "consciência tranquila" com o que foi feito no combate à pandemia e diz estar pronto para regressar ao trabalho na segunda-feira.

"No domingo vamos vencer e derrotar esta crise política, devolvendo estabilidade aos portugueses", afirmou no discurso de encerramento da campanha, no Porto.

O secretário-geral do PS concluiu a campanha eleitoral afirmando que está "revigorado" para "recomeçar o trabalho que quiseram interromper", defendendo que o país "não pode andar a ser governado às pinguinhas", mas "precisa de ter rumo".

"Se cheguei a esta campanha eleitoral de consciência tranquila, saio desta campanha eleitoral revigorado, com nova energia, para na próxima segunda-feira recomeçar de novo o trabalho que quiseram interromper", afirmou António Costa.

O líder socialista falava no pavilhão Rosa Mota, no Porto, num comício do PS onde também discursaram o presidente da Federação do Porto do PS, Manuel Pizarro, o cabeça de lista do PS por este círculo eleitoral, Alexandre Quintanilha, e o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis.

No encerramento da campanha socialista, António Costa repetiu o verso do poeta e histórico socialista Manuel Alegre -- "Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS" -- para afirmar que essa foi a sua escola e vida.

"Dia a dia, aqueles que achavam que eu estava cansado, devem-se ter convencido que cada dia me davam mais energia. E essa é a verdade: esta campanha revigorou-me, esta campanha deu-me mais energia, porque esta campanha demonstrou a reforçada confiança das portuguesas e dos portugueses no caminho que temos vindo a percorrer e queremos continuar a avançar", frisou.

O também primeiro-ministro sustentou que, "depois destes dois anos tão difíceis, de luta contra a pandemia, Portugal precisa de estabilidade", apelando que os portugueses ponham termo "a esta irresponsável crise política que foi aberta, que veio acrescentar dificuldades às dificuldades dramáticas" que o país estava a enfrentar.

O país não pode andar de eleição em eleição, o país não pode andar de Governos que duram dois anos, o país não pode andar e a ser governado às pinguinhas, o país precisa de ter rumo, estabilidade e os portugueses tranquilidade", frisou.

O líder socialista afirmou assim que, como o PS venceu a austeridade, a estagnação e está a vencer a pandemia, também irá vencer no domingo "e derrotar esta crise política, devolvendo estabilidade ao país e tranquilidade aos portugueses".

António Costa abordou ainda o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para afirmar que o país não pode "desperdiçar um segundo que seja no pleno aproveitamento" das oportunidades que a Europa colocou ao seu dispor para uma "transformação profunda".

O secretário-geral do PS defendeu que, desta vez, "a Europa não respondeu a esta crise com austeridade, mas com solidariedade", considerando que essa mudança se deveu ao facto de alguns líderes europeus, como a chanceler alemã Angela Merkel, terem aprendido "o que a direita portuguesa ainda não aprendeu".

"E a outra coisa que fez a diferença é que, à mesa do Conselho [Europeu], estava quem na altura não estava!", exclamou.

O líder do PS frisou que foi "muito duro negociar, foi muito duro construir em tão pouco tempo um plano", salientando ainda que andou a "ouvir meses a fio" que "ia ser impossível" executar o PRR "em tão pouco tempo".

"Ora, depois desta angústia na dificuldade de executar, a primeira coisa que fazem é derrubar um Governo que o estava a aplicar, começar a discutir se podem ou não podem ir renegociar com a Comissão Europeia o PRR, em vez de fazer a única coisa que responsavelmente todos temos que fazer: é arregaçar as mangas, pôr as mãos à obra e fazer executar e aproveitar até ao último cêntimo os recursos que a Europa nos disponibilizou!", vincou.

O secretário-geral do PS assegurou que o voto nos socialistas é o "único voto certo e seguro no próximo domingo" e que o partido é o único que "está em condições para negociar com todos" e de construir pontes.

"O PS é o único partido que está em condições de dialogar com todos os partidos democráticos, estabelecendo as pontes políticas que são necessárias na Assembleia da República. Teremos um respeito escrupuloso pela independência do poder judiciário", garantiu.

Para António Costa, o PS "é quem está em melhores condições de promover o diálogo social e de reativar a negociação coletiva".

Costa afirma ainda que a escolha de domingo será "decisiva" porque "vamos decidir se vamos continuar a avançar".

António Costa explorou também as consequências de uma eventual aproximação entre PSD e Chega após as eleições de domingo, se a direita estiver em maioria no parlamento.

Sem referir o Chega, garantiu que, com o PS, "não há equívocos com a linha vermelha que é inultrapassável" e que divide partidos democráticos e partidos da extrema-direita.

"A nossa fronteira com a extrema-direita está fora da democracia. Connosco, nada, nada, nada!", repetiu.

O atual primeiro-ministro voltou a apelar para que "todas e todos vão mesmo votar", garantindo que há "segurança" nas mesas de voto.

Reveja aqui o discurso na íntegra:

Leia Também: Costa admite que "as pessoas não desejam uma maioria absoluta"

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