A noite das eleições legislativas foi de algumas surpresas para vários partidos. Muitos deles viram o número de representantes na Assembleia da República reduzir-se substancialmente, com o CDS-PP a ficar mesmo de fora do Parlamento, o que acontece pela primeira vez em 47 anos de regime democrático.
Neste novo contexto político, muitos deputados acabaram por perder o seu assento parlamentar. É o caso dos cinco deputados que tinha o CDS-PP (João Pinho de Almeida, Telmo Correia, Pedro Morais Soares, Miguel Arrobas e Cecília Meireles) até ao momento destas eleições antecipadas, que deixam assim o seu posto na Assembleia da República.
O PSD foi também um dos grandes derrotados, ao falhar o seu grande objetivo para esta noite eleitoral: ganhar as eleições. Consequentemente, alguns nomes do principal partido da oposição vão também deixar de estar no Parlamento (que, face aos números existentes até ao momento de publicação desta notícia, serão menos oito face à anterior legislatura). Alberto Machado, Alberto Fonseca, Ilídia Quadrado e Carlos Silva são apenas alguns dos sociais-democratas que, tendo-se recandidatado a novo mandato na Assembleia da República, não conseguiram conquistá-lo.
À esquerda, alguns partidos também sofreram algumas "perdas de peso" na Assembleia da República. É o caso da CDU, que vai deixar de ter um dos principais rostos do partido (João Oliveira) no Parlamento. Os comunistas Duarte Alves, Ana Mesquita e António Filipe falharam também a nomeação. Também os dois deputados que, até agora, representavam o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) no Parlamento, Mariana Silva e José Luís Ferreira, perderam esse estatuto.
A noite foi também de derrota para o Bloco de Esquerda, que perdeu 14 dos 19 deputados que tinha sido capaz de eleger nas eleições legislativas de 2019. Os nomes de Moisés Ferreira, José Manuel Pureza e Beatriz Gomes Dias são alguns dos mais sonantes, mas há mais. Nelson Peralta, José Maria Cardoso, Alexandra Vieira, João Vasconcelos, Ricardo Vicente, Jorge Costa, Isabel Pires, Luís Monteiro, Maria Manuel Rola, Fabíola Cardoso e Diana Santos perderam a possibilidade de representar os seus eleitores em contexto parlamentar.
Já o PAN, que nestas eleições antecipadas acabaria por eleger apenas um deputado (a porta-voz do partido, Inês Sousa Real), vai deixar de ser representado na Assembleia da República por Nelson Basílio Silva e Bebiana Cunha, que não conseguiram garantir a eleição no mais recente escrutínio.
Joacine Katar Moreira, eleita em 2019 pelo Livre mas que acabaria por exercer o mandato como deputada não inscrita a partir de outubro desse mesmo ano, vai também deixar de se fazer ouvir em sede de Parlamento. O mesmo acontece com Cristina Rodrigues, que abandonou o grupo parlamentar do PAN em junho de 2020, tendo também exercido funções como deputada não inscrita por qualquer partido.
O grande vencedor destas eleições foi, assim, o Partido Socialista, que conseguiu eleger já 117 deputados, um valor que supera os 108 representantes elegidos pelo partido nas legislativas de 2019.
Confira aqui os resultados destas eleições legislativas.
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