BE será a "barreira" contra a "cultura de ódio" da extrema-direita

Para Mariana Mortágua, o Chega é representante “do pior do que há no sistema”, assumindo a tarefa do Bloco de Esquerda como força pela “capacidade e qualidade de diálogo da democracia”.

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Daniela Filipe
03/02/2022 09:09 ‧ 03/02/2022 por Daniela Filipe

Política

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Apesar da derrota “visível, com uma redução muito substancial dos deputados eleitos à Assembleia da Republica [AR]”, Mariana Mortágua, dirigente e deputada do Bloco de Esquerda (BE), assegurou em entrevista à CNN Portugal que o partido de esquerda assumirá, durante estes quatro anos, “uma tarefa para travar a extrema-direita”.

“[O Chega] vai querer introduzir tanto no Parlamento como na sociedade uma cultura de ódio, de medo, de baixo debate político, de falta de qualidade, de insulto. Será difícil fazer um trabalho no Parlamento neste contexto, mas acho que os deputados do BE são uma garantia de qualidade no debate”, considera a bloquista, assumindo a tarefa do partido “para travar a extrema-direita” nos próximos quatro anos.

Aliás, na sua ótica, o BE mantém “a qualidade de intervenção de sempre”, que, por sua vez, “será muito importante neste contexto de uma extrema-direita radical, agora com vários deputados que irão dificultar o debate, achincalhá-lo”.

Quanto à possibilidade da eleição de um vice-presidente da AR do partido Chega, Mariana Mortágua é clara: “Não terão o voto do BE, porque defendemos uma barreira da democracia e da capacidade e qualidade de diálogo da democracia.”

“O BE acompanha, nestas matérias, a posição maioritária do Parlamento Europeu e até da ex-chanceler Angela Merkel na Alemanha, que é de fazer uma barreira à extrema-direita. A extrema-direita não pode ser credibilizada, nem banalizada. E, portanto, votaremos contra qualquer lista que contenha um elemento do Chega, não porque eles são ‘antissistema’, mas porque são representantes do pior do que há no sistema. São representantes da corrupção, dos piores interesses financeiros, dos piores interesses imobiliários, [do] racismo [e do] ódio”, justifica, lançando, pelo caminho, farpas a Rui Rio, presidente do PSD.

A seu ver, um dos erros cometidos pelo social-democrata durante a campanha eleitoral prende-se com a legitimação e a relativização das “posições extremistas de André Ventura”.

“Não podemos cometer o mesmo erro e o Parlamento tem de ter uma barreira contra a extrema-direita, uma barreira que proteja a democracia, independentemente das posições que todos temos.”

Também José Luís Arnaut que, na mesma estação televisiva, celebrou o facto de que a vida de António Costa estaria mais facilitada “sem as meninas do Bloco a chatear” foi alvo da crítica de Mariana Mortágua.

“Lamento desiludir José Luís Arnaut, mas as meninas cá continuam”, rematou.

Recorde-se que o BE foi um dos grandes derrotados da noite eleitoral de domingo. Ficou em quinto lugar, com 4,5% dos votos, e perdeu 14 deputados, contando, agora, com apenas cinco.

Leia Também: Mariana Mortágua? "Se assim fosse, o seu mandato seria inútil"

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