Chega defende eliminação de certificados digitais no acesso a espaços
O presidente do Chega defendeu hoje a eliminação do uso de certificados digitais para aceder a espaços como restaurantes, bares ou discotecas, considerando que o governo já tem condições para avançar com o alívio de restrições pandémicas.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política Covid-19
"É, na nossa perspetiva, prioritário, porque as condições já não o exigem, que os certificados digitais caiam, ou seja, que deixe de ser necessário o uso de certificados digitais para aceder a alguns espaços comerciais, à restauração e inclusivamente para discotecas e bares que têm sido muito penalizados", argumentou o líder do Chega, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Numa reação à reunião do Infarmed, que juntou hoje peritos e responsáveis políticos para avaliar a evolução da situação epidemiológica, André Ventura considerou que "o uso de máscara deixa de fazer sentido globalmente indicado, ou seja, para todas as circunstâncias e deverá ser mantido apenas em circunstâncias específicas".
"A regra deixará de ser sempre máscara nos interiores e deverá passar a ser máscara quando indicado em condições específicas recomendadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), eventualmente em espaços muito pequenos, em zonas de especial aglomeração", acrescentou.
Ventura referiu que "é hoje relativamente consensual na comunidade científica que a pandemia entrou numa nova fase, numa fase endémica", que o pico de casos já foi ultrapassado e que o país se encontra "numa fase não só de algum desagravamento da agressividade da pandemia como de uma redução significativa de incidência".
"Penso que o Conselho de Ministros que decorrerá amanhã tem todas a condições para poder avançar para um novo conjunto de medidas", advogou.
André Ventura apontou ainda para a questão de uma eventual redução do período de isolamento de pessoas infetadas com covid-19, decisão que será "mais do foco da DGS do que do Governo", considerando que "a tendência deverá ser para decrescer".
"A tendência -- diria eu, que não sou naturalmente especialista em saúde publica -- deverá ser para decrescer e, portanto, para que pessoas que estão infetadas mas sem quaisquer sintomas até possam não ter nenhum período de isolamento, ou ter um período de isolamento muito curto", acrescentou.
"Parece-nos importante que ganhemos a consciência que isto não terminou, que por outro lado entrámos numa fase endémica e nesta fase o que é mais relevante não é a exigência de mecanismos de controlo de certificados a toda a hora, é a testagem, que continuem a ser comparticipados pelas entidades públicas e que deixem de haver quaisquer restrições no acesso aos espaços e em horários que praticamente já não existiam", vincou.
A ministra da Saúde considerou hoje que Portugal se encontra numa nova fase da pandemia da covid-19 e admitiu o alívio de medidas de mitigação, com nova política de testagem e a revisão da obrigatoriedade de máscara.
"Tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário", disse Marta Temido sobre o eventual alívio de restrições, em declarações aos jornalistas à saída da reunião do Infarmed, que juntou hoje peritos e responsáveis políticos para avaliar a evolução da situação epidemiológica.
Resumindo as conclusões do encontro, a responsável disse que é possível considerar que o país se encontra já numa nova fase da pandemia da covid-19, apesar de admitir que há ainda muitas incertezas, abrindo a porta à revisão das medidas atualmente em vigor.
Sem confirmar prazos para a implementação destas medidas, a ministra remeteu eventuais decisões para a próxima reunião do Conselho de Ministros, ainda esta semana, e disse esperar que possa ser "tão rápido quanto possível", ressalvando que, por outro lado, será também "tão devagar quanto necessário".
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