"Infelizmente, as perspetivas não são as melhores, face à postura agressiva da Rússia", escreveu Rui Rio, na sua conta na rede social Twitter, depois de ter participado nesta cimeira do PPE.
A reunião do PPE aconteceu na véspera de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, hoje convocada, para discutir a escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia.
A convocação deste Conselho Europeu extraordinário ocorre no mesmo dia em que o Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia adotou, em definitivo, as sanções contra a Rússia aprovadas na terça-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27.
Na terça-feira à noite, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE já haviam dado aval à lista de sanções europeias à Rússia, que, segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, visam "atingir, e muito" as autoridades russas, tendo o pacote sido formalmente adotado hoje.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e dois bancos privados da Rússia estão entre os alvos das sanções, que abrangem 27 indivíduos e entidades dos setores político, militar, empresarial e dos media, além de cerca de 350 membros da câmara baixa do parlamento russo (Duma).
Relativamente às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas e comerciais da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos e limites à capacidade de o Estado russo aceder aos mercados de capitais e financeiros da UE.
As posições da UE surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para "manutenção da paz" nestes territórios separatistas pró-russos.
A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Leia Também: Ucrânia: Alemanha e França acusam Putin de "destruir" Acordos de Minsk