O facto de o PCP ter votado contra uma recomendação para a adoção de medidas para apoio ao acolhimento de refugiados ucranianos, na Assembleia Municipal de Lisboa, voltou a gerar críticas nas redes sociais.
A posição que o partido tem tomado no âmbito do conflito na Ucrânia tem gerado polémica, levou mesmo o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, a queixar-se de uma "uma nova campanha anticomunista".
Agora, depois de ter votado contra os quatro pontos de uma recomendação do Bloco de Esquerda (BE) na Assembleia Municipal, que além de expressar solidariedade com o povo ucraniano, pedia a implementação urgente de medidas para apoio e receção de refugiados, têm surgido reações de perplexidade face a esta posição.
A deputada municipal Isabel Pires, do Bloco, partilhou o texto da recomendação no Facebook e confessou ter "dificuldade em compreender os votos contra do PCP".
A jornalista Fernanda Câncio sugeriu que o partido mudasse de nome para "partido putinista português".
"Isto é mentira, não é PCP?", questionou.
isto é mentira, não é, pcp? só pode ser mentira. porq s ñ for melhor seria, como sugeriu 1 colega d liceu em visita d estudo ao parlamento, mudarem o nome p partido putinista português. https://t.co/pJJXHW2kQz
— fcancio (@fcancio) March 8, 2022
Num tweet acompanhado de uma imagem com parte da proposta do BE, o economista e professor Luís Aguiar-Conraria escreveu que a atitude do PCP "entra no campo do nojo".
Não é possível. Simplesmente, não é possível. Entra no campo do nojo. https://t.co/cZpN4Z750i pic.twitter.com/3bLNhEsQqf
— Luís Aguiar-Conraria (@LConraria) March 8, 2022
O jornalista Carlos Vaz Marques também partilhou o texto da recomendação e dos respetivos votos e escreveu: "Para memória futura".
Para memória futura.
— Carlos Vaz Marques (@cvazmarques) March 9, 2022
Votação de recomendação aprovada na Assembleia Municipal de Lisboa, por proposta do BE. (Via @LConraria) pic.twitter.com/5E6ibXxNtN
Recorde-se que o comunista João Ferreira justificou esta decisão do partido, escrevendo que o PCP está a trabalhar numa outra proposta, que será votada hoje também na Assembleia Municipal de Lisboa.
"Entendemos que importa não tratar a situação dos refugiados de forma restritiva ou discriminatória, abrangendo apenas alguns cidadãos em algumas circunstâncias e desconsiderando outros cujas circunstâncias merecem proteção com idêntica dignidade", explicou o antigo eurodeputado.
A recomendação do Bloco, que acabou por ser aprovada, propunha, entre outras coisas, que "seja feito um esforço para que as famílias se reencontrem quando vêm da Ucrânia para cá, para o reagrupamento familiar" e que a Câmara de Lisboa "inste as autoridades europeias a tomar medidas efetivas que impeçam o financiamento do esforço de guerra russo".
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