Deve celebrar-se o que "une" os portugueses, diz ministro da Cultura

O novo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, reiterou, esta segunda-feira, no Luxemburgo, que as comemorações dos 50 anos do 25 de abril devem focar-se nessa data e no que "une" os portugueses.

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Lusa
04/04/2022 14:02 ‧ 04/04/2022 por Lusa

Cultura

25 de Abril

Em declarações após participar no seu primeiro Conselho de ministros da Cultura da União Europeia (UE), menos de uma semana após ter tomado posse, Adão e Silva, ex-comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, comentava o interesse de deputados do PSD em saber que iniciativas serão dinamizadas para assinalar o 25 de novembro de 1975.

Admitindo não ter ainda conhecimento da carta que, segundo o jornal Inevitável, lhe irá ser enviada hoje por um grupo de deputados sociais-democratas, através da Assembleia da República, o ministro disse estar "sempre disponível para falar com todos os deputados, em particular sobre os temas que têm a ver com as comemorações que são dos 50 anos do 25 de abril", mas reiterou a posição que expressou ainda enquanto comissário executivo das comemorações, que permanecerão sob a alçada do seu Ministério.

"Nunca mostrei nenhumas reticências [em assinalar o 25 de novembro]. O que eu disse é que estas comemorações são sobre os 50 anos do 25 de abril e, como aliás o general [Ramalho] Eanes sempre diz a propósito deste tema, devemos focar-nos em comemorar aquilo que nos une", afirmou.

Adão e Silva sublinhou que, "ao longo deste período, aliás, isso já aconteceu desde que as comemorações começaram, há cerca de 10 dias".

"Iremos assinalar todos os eventos, refletir sobre eles. O 25 de novembro foi um momento crucial para a consolidação da democracia portuguesa, mas as comemorações são sobre os 50 anos do 25 de abril, e acho que devemos todos manter o foco naquilo que nos une, naquilo que é o chão comum que faz com que a democracia portuguesa seja hoje uma democracia particularmente consolidada, até no contexto europeu", reforçou.

Relativamente à sua sucessão no cargo de comissário executivo das comemorações da revolução de abril de 1974, disse que "o Conselho de Ministros tomará uma decisão muito brevemente".

"Já é mais ou menos público que essa tutela ficou do lado da Cultura e, portanto, isso será tratado muito brevemente no Conselho de Ministros", disse.

Já quanto à iniciativa do PSD de lhe dirigir uma pergunta sobre as iniciativas pensadas para o 25 de novembro, considerou-a "uma coisa normal do debate político e público", mas observou que os sociais-democratas atravessam uma "fase de transição", após a qual disse esperar que reassuma o lugar que lhe pertence no quadro político nacional, considerando tal "fundamental num contexto de maioria absoluta".

"O PSD está numa fase de transição, e o que eu acho fundamental é que o PSD se assuma mesmo como o maior partido da oposição e que assuma esse lugar, isso é fundamental para o funcionamento da democracia portuguesa. Neste momento tem o líder [Rui Rio] demissionário, e a seu tempo eu tenho a certeza de que o PSD reassumirá o lugar que é seu e que é fundamental num contexto de maioria absoluta", declarou.

Em entrevista à Lusa em 20 de março, ainda enquanto comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, Pedro Adão e Silva disse entender que o 25 de novembro de 1975 foi marcante e consolidou o processo democrático, mas hoje diz pouco à sociedade portuguesa e divide.

"O 25 de novembro de 1975, bem como outras datas, será assinalado, motivo de debate e de reflexão, mas não é uma efeméride que se possa comparar com o 25 de Abril de 1974", defendeu Pedro Adão e Silva na entrevista à agência Lusa.

Leia Também: Adão e Silva destaca edições em ucraniano nalguns media portugueses

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