O partido representado no parlamento pelo deputado único Rui Tavares quer que a Assembleia da República condene os "crimes de guerra cometidos em Bucha, revelados ao mundo no fim de semana de 02 de abril" e "todos os crimes de guerra cometidos na Ucrânia, expressando também o seu mais profundo pesar por todas as vítimas destes crimes, reforçando a sua solidariedade com o povo ucraniano, vítima da agressão imperialista da Rússia de Vladimir Putin".
"Enquanto parte integrante da comunidade internacional, da ONU e da União Europeia, Portugal tem o dever de condenar todas as atrocidades cometidas em solo ucraniano não apenas com palavras, mas também com ações concretas e, para isso, a Assembleia da República deve tomar uma posição absolutamente inequívoca perante estes crimes contra a humanidade", sustenta.
No texto, o Livre argumenta que "a comunidade internacional não pode ficar indiferente a esta agressão de uma violência extrema infligida ao povo ucraniano e deve assumir todos os esforços possíveis para que os culpados de todos estes crimes de guerra e contra a humanidade sejam condenados".
Rui Tavares defende que Portugal tem contribuído para o esforço da comunidade internacional e deve intensificá-lo, se possível.
Para o Livre, "independentemente de serem cometidos por forças regulares, paramilitares ou milícias de qualquer das partes, todos os crimes cometidos no âmbito deste conflito devem ser investigados e os seus culpados julgados perante o Tribunal Penal Internacional".
"Perante uma confirmação destes crimes de guerra cometidos pela Federação Russa, a campanha de desinformação e encobrimento do Kremlin ficará exposta em toda a sua vergonha e desumanidade", escreve Rui Tavares.
A organização dos direitos humanos Human Rights Watch denunciou, no domingo, que nas zonas da Ucrânia sob controlo russo foram feitas "execuções sumárias", entre outros "abusos graves" que podem configurar crimes de guerra.
Na cidade de Bucha, a noroeste da capital ucraniana, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, de acordo com as autoridades ucranianas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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