PCP defende que "única saída" da crise é dissolver AR e convocar eleições

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que a "única saída" da crise política é a dissolução do parlamento e a convocação de eleições antecipadas e acusou o PS de só divergir com o Governo em casos e não políticas.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
06/03/2025 23:11 ‧ há 8 horas por Lusa

Política

Paulo Raimundo

"Verificada que seja a derrota deste Governo, afastadas que sejam as manobras para garantir a sua continuidade com outros rostos, confirmada que está a impossibilidade de, no quadro da atual composição da Assembleia da República, se encontrar a resposta necessária aos problemas do país, a clarificação da vida política nacional exige como única saída a dissolução da Assembleia e a convocação de eleições", defendeu Paulo Raimundo no comício do 104.º aniversário do PCP, no Pavilhão Casal Vistoso, em Lisboa.

 

O secretário-geral do PCP defendeu que a questão atual "não é saber como evitar uma crise política", mas sim "como se sai da crise governamental, da instabilidade política e, acima de tudo, como se sai da instabilidade da vida de milhões e milhões que cá trabalham e vivem".

Defendendo que, "para lá da gravidade de factos e acontecimentos deploráveis" envolvendo o primeiro-ministro, a "questão essencial é a da política do Governo", Paulo Raimundo considerou que a prática deste executivo demonstrou que "não está em condições de responder aos problemas nacionais".

"A política e a prática do Governo o que exigem é que se interrompa o mais rápido possível a sua agenda de retrocesso, a sua agenda de degradação da vida de cada um de nós", disse, sustentando que as "eleições podem e devem constituir uma oportunidade para abrir caminho a uma outra política".

Neste discurso, em que acusou Chega e IL de convergirem com o PSD/CDS "em tudo o que serve o grande capital", Paulo Raimundo focou também as suas críticas no PS, que acusou de se ter juntado "uma vez mais à direita" esta quarta-feira, ao votar contra a moção de censura do PCP ao Governo.

Para o dirigente comunista, as discordâncias do PS relativamente ao Governo "limitam-se a casos, graves e inaceitáveis, mas que são apenas uma parte das razões que existem para censurar este Governo".

"Uma opção que foi ficando patente nestes meses de vida do Governo PSD/CDS quando o PS recusou a moção de rejeição do PCP ao programa do Governo, quando recusou a comissão parlamentar de inquérito à ANA, quando viabilizou o Orçamento, apoiou a baixa do IRC aos grupos económicos, ou quando se juntou ao PSD e CDS na lei dos solos", elencou.

Numa alusão também ao PS, Paulo Raimundo disse que, "ao contrário de outros que se afirmam da oposição, mas que, na hora H, estão lá sempre a pôr a mão por baixo do Governo", o PCP optou por avançar com uma moção de segurança que, disse, "constituiu-se como o elemento decisivo de clarificação da vida política".

"Ficou claro, e desmentindo todos os que em coro procuraram diminuir o valor da nossa iniciativa (...), que a moção de censura do PCP obrigou o Governo a vir a jogo, a anunciar uma moção de confiança que, como se sabe, estava longe de estar decidida ou planeada", disse, acrescentando que, sem a moção de censura do partido, "o Governo teria tido no taticismo de outros as garantias de continuidade".

Paulo Raimundo defendeu que eventuais eleições legislativas "podem e devem constituir uma oportunidade para abrir caminho a uma outra política", frisando que "está na ação e luta dos trabalhadores e do povo" a possibilidade de concretizar uma política alternativa ao dar "mais força à CDU".

"Avançamos com confiança e determinação para a batalha eleitoral", assegurou, num discurso em que apelou à mobilização das centenas de militantes que o ouviam para tornar o PCP "mais forte e mais influente".

Leia Também: "Pode não ser hoje, mas o Governo vai cair"

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