PCP defende que paz se alcança com mais diplomacia e não com mais armas

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que a paz e a segurança não dependem do aumento das despesas militares ou "na militarização da União Europeia", mas de "mais diplomacia, mais diálogo e solução política dos conflitos".

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Lusa
06/03/2025 23:22 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Ucrânia

Num discurso no comício de aniversário do 104.º aniversário do PCP, no Pavilhão Casal Vistoso, em Lisboa, Paulo Raimundo abordou a situação internacional, dois dias depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter anunciado um pacote de 800 mil milhões de euros para investimento em defesa.

 

O secretário-geral do PCP considerou que, "infelizmente, face à eventualidade do início de um processo de negociação, as potências imperialistas europeias insistem no prolongamento da guerra, contando com o poder instalado na Ucrânia para continuar a sacrificar os ucranianos como carne para canhão".

"E lançam-se no aumento das despesas militares e na escalada armamentista, empurrando os povos da Europa para o abismo", criticou.

Para Paulo Raimundo, "a deriva militarista e a obsessão pela guerra que impregna os centros de decisão da UE aí está sem fim à vista".

"Agora, até esse dogma do défice dos seus limites, essa vaca sagrada invocada para impor empobrecimento e exploração que tão bem conhecemos no nosso país nos dizem que pode ser ignorado se resultar de mais despesas com armas e guerra", referiu.

O secretário-geral do PCP considerou que, "para a saúde, educação, proteção social e habitação, pensões e salários" há sempre a desculpa de que não há recursos.

"Dizem-nos sempre que os orçamentos não aguentam. Mas para a guerra é à 'tripa forra' e o défice já não importa", criticou, recebendo um forte aplauso das centenas de militantes que o ouviam no pavilhão.

Pedindo que se ponha fim à "loucura de confrontação e guerra", Paulo Raimundo defendeu que "a paz e a segurança não estão no aumento das despesas militares, não estão na militarização da UE e na sua transformação num bloco belicista".

"A paz e a segurança alcançam-se com mais diplomacia, mais diálogo e solução política dos conflitos e com mais respeito pelos princípios do direito internacional", frisou.

O secretário-geral do PCP abordou ainda a postura recente do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o conflito na Ucrânia, considerando que o seu "reposicionamento tático" não tem "nada a ver com paz e cooperação entre os povos", mas visa antes garantir que Washington continua "a tentar impor os seus interesses e ditames ao mundo".

"Uma reconfiguração estratégica que, apesar das dificuldades no plano interno e externo, procura que os Estados Unidos se centrem ainda mais na política de confrontação com a China", disse.

Para o secretário-geral do PCP, "os desenvolvimentos da situação internacional, nomeadamente os decorrentes das medidas e posicionamentos da administração Trump, são expressão das principais tendências que estão a marcar a evolução do mundo".

"Trump não é um acidente de percurso do sistema é, isso sim, um percurso e instrumento do capitalismo", defendeu.

A nível nacional, Paulo Raimundo defendeu que o Governo deve agir de acordo com a Constituição da República, que estipula que "deve promover a paz e a cooperação, não o militarismo, a corrida aos armamentos e a guerra".

"Convicto da sua razão, não recuando perante falsidades e deturpações, o PCP continua firme e corajosamente na defesa da paz. Aqui estamos empenhados no desarmamento geral, simultâneo e controlado, pela dissolução dos blocos político-militares e do estabelecimento de um sistema de segurança coletiva", disse.

Leia Também: PCP defende que "única saída" da crise é dissolver AR e convocar eleições

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