O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda divulgou, esta quinta-feira, o "post que o Governo devia ter feito", em resposta a uma publicação nas redes sociais do Executivo sobre a moção de confiança.
Na publicação, intitulada 'Moção de confiança: O que está em causa?', o Governo indicou que "aprovou uma moção de confiança no Conselho de Ministros para garantir a estabilidade política e prosseguir a execução do seu programa" porque "Portugal não pode ficar refém de bloqueios e instabilidade".
Fez ainda uma espécie de balanço dos onze meses de mandato, indicando que houve "mais crescimento, mais emprego, mais segurança" e foram tomadas "medidas que fazem a diferença", nas áreas das Infraestruturas e Mobilidade, Saúde, Educação e Justiça.
Em resposta, o Bloco de Esquerda considerou que a publicação devia afirmar que a moção de confiança é "uma decisão para fugir às respostas" porque o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "preferiu avançar para eleições a dar esclarecimentos ao país". "Perante suspeitas graves e questões legítimas, recusou esclarecimentos. Portugal não pode ficar refém de governantes que fogem da transparência", escreveu.
Na sua publicação, intitulada 'Moção de confiança: o que está (realmente) em causa?', o Grupo Parlamentar apontou os "resultados da governação da Direita para Portugal": "casas mais caras, menos SNS, mais discriminação".
Os bloquistas apontaram as "rendas mais altas da OCDE, urgências hospitalares fechadas, aumento do custo de vida e benefícios para as empresas milionárias" como as "diferenças que fizeram a diferença" durante o mandato.
Moção de confiança? O post que o @govpt devia ter feito.🧶 pic.twitter.com/W8fL1evnhB
— Bloco no Parlamento (@GPBloco) March 6, 2025
O partido denunciou também a "falta de Infraestruturas e pouca Mobilidade", com a "entrega de edifícios do Estado à especulação imobiliária, caos nos comboios, trânsito automóvel em valores recorde e obras de alargamento do Aeroporto de Lisboa impugnadas".
Na área da Saúde, Educação e Justiça, o Bloco de Esquerda denunciou a "privatização dos cuidados primários de saúde, confusão no INEM, ataque conservador à Educação para a Cidadania e a lei dos solos que abre porta à corrupção".
"O Governo fala de estabilidade, mas o que realmente quer é evitar a transparência e empurrar o país para mais eleições. Em vez de assumir responsabilidades, em vez de baixar o preço das casas e resolver os problemas da saúde, prefere deixar o país refém de jogos políticos. Portugal não pode parar", atirou o Grupo Parlamentar.
A moção de confiança que o Governo entregou ao parlamento vai ser discutida e votada na terça-feira a partir das 15h00. O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica hoje de manhã e aprovou o texto da moção de confiança que será entregue no parlamento e que, em caso de rejeição, implica a demissão do Governo.
A moção de confiança, intitulada 'Estabilidade efetiva, com sentido de responsabilidade", defende que "o país precisa de clarificação política' perante dúvidas levantadas quanto à vida patrimonial e profissional do primeiro-ministro, sendo "hora de cada um assumir as suas responsabilidades".
Leia Também: IL diz ser "indesculpável" ida a votos e aprovará moção de confiança