No debate do Programa do XXIII Governo constitucional, na Assembleia da República, António Costa considerou que a maioria absoluta que o PS conseguiu nas legislativas de 30 de janeiro representa "uma responsabilidade única e uma oportunidade única para corresponder aos desafios" que Portugal enfrenta.
O primeiro-ministro acrescentou que "um dos desafios centrais é mesmo o do crescimento", assumindo o objetivo de continuar a "convergir para a média" da União Europeia, "onde pesa mais precisamente o peso das maiores economias, como a alemã, como a francesa, como a italiana, como a espanhola".
"É mesmo com esses que nós queremos convergir, é mesmo desses que nós nos queremos aproximar. E esta é uma corrida de maratona, e nas corridas de maratona não se vence a olhar para quem vem atrás de nós, tem-se é os olhos postos fixos nos 42 quilómetros", afirmou.
Nesta intervenção, António Costa respondeu aos que criticam a evolução da economia portuguesa nos últimos anos: "Quanto ao crescimento, não podemos é ir outra vez nos cantos de sereia daqueles que recorrem ao truque da estatística de fazerem média de 20 anos para disfarçar a média dos últimos seis anos, que recorrem aos últimos 20 anos para esconder que entre 2016 e 2019 crescemos sete vezes mais do que nos 14 anos anteriores".
"Não crescemos só mais, convergimos de novo com a União Europeia, o que não acontecia desde o princípio do século", contrapôs.
Nesta nova legislatura, o primeiro-ministro reiterou o objetivo "convergir mesmo com os mais desenvolvidos", mas ressalvou que se congratula se nessa "trajetória para o desenvolvimento" Portugal for "acompanhado por outros" Estados-membros da União Europeia.
"Porque o projeto europeu não é um projeto de competição, é um projeto de cooperação, de solidariedade, e quanto mais convergirmos, mais todos nós cresceremos e nos desenvolveremos", sustentou.
Antes, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, disse que os socialistas não querem "um crescimento económico qualquer", querem "um crescimento para todos", que não deixe "ninguém para trás", que sirva "também para combater as desigualdades".
Referindo-se ao presidente da Iniciativa Liberal, Brilhante Dias acrescentou: "Diz o senhor deputado Cotrim Figueiredo, que é pequenino. É pequenino, mas é para todos. Não é apenas para alguns nem servimos nenhumas clientelas de forma particular".
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