Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva. São, até ao momento, os dois candidatos que já avançaram para a corrida à liderança do PSD - e, consequentemente, para a sucessão de Rui Rio à frente dos destinos 'laranja'. Mas quem são os homens que podem ser os futuros líderes da oposição dos próximos anos?
Montenegro foi o primeiro a apresentar a candidatura e, em conferência de imprensa, considerou que o país "reclama uma oposição determinada e uma alternativa corajosa". E salientou: "O PSD é a única alternativa ao Governo e ao modelo socialista em Portugal".
"Sou candidato a presidente do PSD para ser primeiro-ministro de Portugal", avançou, assumindo a "missão com sentido de responsabilidade e humildade democrática". "Sou capaz de unir o PSD e de o abrir à sociedade. Infelizmente, nos últimos anos, o partido tem estado demasiado fechado em si próprio", sublinhou ainda o ex-líder parlamentar.
É a segunda vez que se candidata à liderança do partido tendo, na primeira ocasião, em 2020, perdido para Rui Rio. Em janeiro desse ano, Luís Montenegro obrigou o atual líder a uma inédita segunda volta.
Já Jorge Moreira da Silva revelou, esta quinta-feira, dia 14, que se demitiu da OCDE para se candidatar à presidência social democrata. No Facebook, o ex-ministro do Ambiente salientou que se candidata à liderança social-democrata "por sentido de responsabilidade – atendendo às circunstâncias difíceis que tanto Portugal como o PSD enfrentam - e animado pela firme convicção de que sou portador de um projeto capaz de renovar o PSD, libertar o potencial de Crescimento Sustentável em Portugal e assegurar que os portugueses reconquistam o seu pleno Direito ao Futuro".
A candidatura será oficialmente lançada numa conferência de imprensa a realizar na segunda-feira, dia 18 de abril, às 17h00, no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa.
Fora da corrida ficou Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, que assumiu que "não conseguiu" estruturar "na totalidade do território nacional uma equipa de combate para ganhar as eleições diretas de 28 de maio".
De lembrar que as eleições diretas no PSD estão marcadas para 28 de maio e o Congresso para o primeiro fim de semana de julho, de 1 a 3, no Porto. O atual presidente, Rui Rio, já anunciou que deixará nessa ocasião a liderança do partido, na sequência da derrota nas legislativas de 30 de janeiro, em que o PS conseguiu maioria absoluta.
Montenegro desafiou Rio e agora quer suceder-lhe no PSD
Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves, 49 anos, e advogado de profissão, destacou-se como deputado - sempre eleito por Aveiro - e, sobretudo, como líder parlamentar do PSD.
Assumiu o cargo de presidente da bancada do PSD já após a vitória de Pedro Passos Coelho nas legislativas, em junho de 2011, e manteve-se até 2017, sendo o presidente de bancada mais duradouro entre os sociais-democratas.
Luís Montenegro deixou o Parlamento em abril de 2018, 16 anos depois de tomar posse como deputado, em 2002, e foi agora o primeiro candidato anunciado à sucessão de Rui Rio.
O atual presidente do PSD, que ocupa o cargo desde janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de janeiro. As eleições diretas para escolher o seu sucessor foram marcadas em Conselho Nacional para 28 de maio e o Congresso vai realizar-se entre 01 e 03 de julho, no Porto.
Moreira da Silva. De ministro de Passos a sucessor de Rio?
Moreira da Silva tem 50 anos foi líder da Juventude Social-Democrata (entre 1995 e 1998), deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
Em novembro de 2020, defendeu a realização de um congresso extraordinário do PSD para clarificar a estratégia de "coligações e entendimentos" da direção de Rui Rio e atacou a "traição" aos valores do partido pela solução governativa nos Açores, com o Chega.
Foi diretor da área de Economia da Energia e das Alterações Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior e consultor do Presidente da República Cavaco Silva nas áreas da Ciência, Ambiente e Energia, entre 2006 e 2009.
Recebeu a insígnia Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída por este chefe de Estado, e a Comenda de Mérito Civil, atribuída pelo rei de Espanha.
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