Rio diz que vai votar contra o OE2022 e acusa PS de "fugir" ao prometido
Rui Rio acusa socialistas de que já "há uma quebra clara do que prometeram durante a campanha" e diz que têm "a obrigação de cumprir com as promessas" feitas.
© Global Imagens
Política OE2022
O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu esta quinta-feira que vai votar contra a proposta do Orçamento do Estado e apresentar propostas de alteração, argumentando que o Partido Socialista está a fugir ao prometido na campanha eleitoral.
O líder da oposição diz que o PS "tem a obrigação de cumprir com as promessas" feitas.
Rui Rio, após reunir com o grupo parlamentar, esta quinta-feira, referiu ainda que o OE2022 não "está vocacionado para o crescimento económico" e está "convencido" de que o objetivo de 4% de inflação não será alcançado. "Na zona Euro já ultrapassou os 7%", referiu, adiantando que em Portugal "certamente" será maior.
"Precisamos de medidas sustentadas neste Orçamento e no tempo", defende acrescentando que devemos ter uma economia direcionada para o crescimento.
"Há uma clara quebra das promessas do PS, mas não estou admirado. Logo no primeiro, ou meio, Orçamento já estão a fugir", apontou o líder social-democrata.
"Este Governo claramente prometeu isso para ganhar eleições, não estão em causa princípios económicos, mas promessas para ganhar as eleições", acusou.
Alterações? Propostas "credíveis" e "sem agravar o défice"
O presidente do PSD adiantou que o partido irá fazer propostas de alteração "credíveis" e "sem agravar o défice", respeitando um princípio que ele próprio disse ter instituído quando, em 1996, era o coordenador de Orçamento e Finanças na sua bancada.
"Todas as propostas que o PSD fizer têm de ter uma contrapartida. Se aumento uma despesa em X, tem de lá a despesa que reduzo", explicou.
À pergunta se fará alguma proposta para aumentar os salários na função pública para lá do previsto pelo Governo, Rio não se comprometeu.
"Vamos ver", disse, recordando que, em 1996, o PS, já no Governo, votou contra todas as propostas que tinha feito um ano antes, ainda na oposição.
"Não quero que o PSD faça essa figura, têm de ser propostas credíveis", apontou.
O debate e a votação na generalidade decorrem a 28 e 29 de abril.
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