PS questiona Governo sobre encerramento da fábrica do grupo Cablerías

O grupo parlamentar do PS pediu esclarecimentos ao ministro da Economia sobre as medidas que podem ainda ser tomadas com vista à salvaguarda da empresa Cablerías, em Valença, e dos trabalhadores, foi divulgado esta quarta-feira.

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Lusa
22/01/2025 12:47 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Valença

A Cablerías de Valença, no distrito de Viana do Castelo, que fabrica componentes para o setor automóvel, tem cerca de 250 trabalhadores, sobretudo mulheres.

 

Na terça-feira, a assembleia de credores da fábrica, declarada insolvente e com uma dívida de cerca de sete milhões de euros, aprovou por unanimidade a liquidação da empresa.

Na ocasião, em declarações à agência Lusa, Ana Filipe, advogada de 49 trabalhadores, disse que "a empresa já não é viável e que, na assembleia de credores, não foi apresentado qualquer plano de recuperação".  

No requerimento entregue, na terça-feira, na Assembleia da República e que a Lusa teve hoje acesso, os deputados socialistas Marina Gonçalves, José Costa, Hugo Costa, João Torres, José Carlos Barbosa e Ricardo Costa querem ainda explicações sobre "o acompanhamento feito pelo Ministério da Economia, direta ou indiretamente, nomeadamente através da IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, da situação desta empresa, antes e depois do pedido de insolvência".

" Que soluções existiriam para garantir empresas estratégicas como a Cablerías, tendo em consideração que os problemas da empresa não se prendem com a falta de encomendas", questionam os deputados socialistas.

No documento, o PS refere que o grupo espanhol "sempre foi considerado um pilar fundamental, na esfera nacional e internacional, para o setor automóvel, com a produção de sistemas de cablagem de distribuição elétrica e eletrónica".

"Sediada em Espanha, trata-se de uma empresa com décadas de história, presente em Portugal desde 2009, alicerçada na competência técnica de tantos e tantos trabalhadores de excelência técnica e de características difíceis de substituir", adiantam os socialistas.

Acrescentam que, "apesar do trabalho consistente junto de muitas empresas, e apesar de continuar com níveis de encomenda em linha com o passado, nos últimos tempos a empresa viu-se confrontada com dívidas avultadas, sem que fossem encontrados instrumentos capazes de responder atempadamente à situação da empresa".

"Isto levou a empresa a avançar com um pedido de insolvência, deixando mais de 250 trabalhadores sem emprego, e deixando um setor estratégico do 'cluster' automóvel desprovido de uma das suas componentes com concretização em Portugal", frisam.

Segundo o PS, "as dificuldades da empresa prendem-se, não tanto com a falta de trabalho, mas com a liquidez a curto e médio prazo que poderia ter outros soluções ou instrumentos de salvaguarda do que as que existiriam, ou não existiram".

Os deputados dizem ter reunido "com os representantes dos trabalhadores para fazer um ponto de situação e conhecer o acompanhamento que as entidades públicas e os responsáveis políticos estavam a fazer, nomeadamente na componente social que envolve dezenas de trabalhadores e na componente económica decorrente do encerramento de uma empresa central para o setor automóvel".

Segundo a advogada Ana Filipe, a empresa tem uma dívida de cerca de cinco milhões de euros "especialmente a empresas de trabalho temporário" e cerca de dois milhões de euros de dívida a trabalhadores, o que totaliza sete milhões de euros.

"A empresa não tem ativo para fazer face às dividas", resumiu.

Ana Filipe explicou que a empresa de Valença também é "credora da empresa mãe em Espanha, que era o principal cliente".

"A divida deles para a Cablerías portuguesa é à volta de 1,5 milhões de euros", indicou.

A fábrica de Valença "não encerra este mês", mas a advogada disse acreditar pouco no aparecimento de algum interessado em comprar a empresa.

"A empresa continua a trabalhar, não encerrou definitivamente. No próximo mês far-se-á a avaliação de encomendas. À partida este mês não encerra. Em fevereiro logo se verá", afirmou.

Leia Também: Credores da insolvente Cablerias em Valença aprovam liquidação da empresa

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