Em declarações aos jornalistas no final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia na Assembleia da República, com a participação do Presidente da República e do primeiro-ministro, André Ventura saudou Volodymyr Zelensky pela sua "coragem" e por "não ter medo e ter a humildade de pedir ajuda".
"Acho que Portugal hoje, nos seus vários poderes, o Presidente, o primeiro-ministro e o parlamento todos ouvimos o mesmo repto, todos ouvimos o pedido de ajuda, todos ouvimos o pedido de solidariedade em vários níveis e é a esse pedido que devemos ser sensíveis e recetivos", salientou.
O presidente do Chega considerou também que Portugal deve fazer "tudo o que estiver" ao seu alcance "do ponto de vista militar para apoiar a Ucrânia neste momento difícil".
Como "membro influente da União Europeia, deve "usar essa influência e essa atitude de algum condicionamento para convencer" os outros Estados-membros "de que é importante que a Ucrânia seja acolhida na família europeia, que seja acolhida na União Europeia, independentemente do modelo e da forma temporária como esse acolhimento pode ser feito", defendeu Ventura.
"Fica claro que a União Europeia é o único possível parceiro que a Ucrânia tem frente à agressão e à ameaça russas", defendeu.
O líder do Chega considerou que o discurso do chefe de Estado ucraniano "foi uma das intervenções mais duras que foi feita a nível de um parlamento europeu" e "das mais assertivas que o Presidente Zelensky fez nos parlamentos onde já discursou, e onde usou provavelmente a linguagem mais clara e mais crua que foi usada no contexto do diálogo com outros parlamentos".
E salientou que "ninguém ficou indiferente ao que hoje foi dito pelo Presidente Zelensky".
Aos jornalistas, André Ventura criticou também a "indignidade da não presença" dos deputados do PCP nesta sessão de boas-vindas e salientou que "uma grande maioria do povo português, uma enorme maioria de grupos parlamentares, uma enorme maioria de poder político estão ao lado dos ucranianos".
O Presidente da Ucrânia dirigiu-se hoje ao parlamento português por videoconferência, numa sessão solene de boas-vindas que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa.
No seu discurso, Volodymyr Zelensky pediu armamento pesado e o reforço das sanções à Rússia, e deixou um apelo para que Portugal apoie o processo para a Ucrânia aderir à União Europeia e que use a sua influência nos países de língua portuguesa para estes estarem do lado dos ucranianos.
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