Ainda na sombra das críticas do PCP ao discurso do presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, na Assembleia da República, o ex-deputado comunista António Filipe, em declarações no programa Expresso da Meia- Noite, utilizou a palavra "invasão" para descrever a guerra na Ucrânia.
“Quer que eu diga houve uma invasão? Houve. E o partido sempre condenou a invasão”, disse António Filipe.
Recorde-se que António Filipe comparou o líder ucraniano ao militante de extrema-direita Mário Machado - várias vezes detido e condenado a prisão, nomeadamente por crimes de discriminação racial.
"Talvez alguém convide amanhã o Mário Machado para estar presente nas galerias. Os amigos são para as ocasiões", escreveu no Twitter o histórico militante comunista, antes da intervenção de Zelensky na Assembleia da República.
No programa da SIC, António Filipe reiterou a opinião já veiculada pelo partido, dizendo que a invasão começou em 2014, no Donbass, com violação dos Acordos de Minsk por parte da Ucrânia. Ressalvou ainda que Guterres está a ter uma visão louvável do conflito, querendo falar com ambas as partes, ao contrário do que tem feito a União Europeia.
Invasão russa à Ucrânia comparada com anexação de Goa, Damão e Diu
Criticando o armamento enviado para a Ucrânia e o anúncio recente de Macron do fornecimento de armas e mísseis antitanque, António Filipe comparou a invasão russa à Ucrânia com a anexação de Goa, Damão e Diu por parte da Índia. “Esta atitude faz quase lembrar a atitude de Salazar em relação à Índia, em que a Índia também era agressora e ele dizia que só há soldados portugueses, perante uma desproporção de forças manifestas, ou mortos ou gloriosos”, disse.
O ex-deputado garantiu ainda, na mesma intervenção, que o PCP sempre condenou a invasão russa da Ucrânia.
O PCP não esteve presente no discurso de Zelensky, na Assembleia da República, na quinta-feira, dia 21 de abril, defendendo que o líder ucraniano "personifica poder de cariz xenófobo".
Neste debate estiveram Ricardo Costa e Bernardo Ferrão, da SIC, com a comentadora Ana Gomes, António Filipe, ex-deputado do PCP, Tiago Antunes, secretário de Estados dos Assuntos Europeus, e Paulo Rangel, eurodeputado do PSD.
[Notícia atualizada às 12h13]
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