Após a notícia da receção de ucranianos por funcionários russos pró-Kremlin, em Setúbal, o deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu, no Parlamento, aos jornalistas, na manhã desta sexta-feira, que quem recebe os refugiados vindos da Ucrânia "deve ter pelouros de direitos humanos", o que nem sempre se tem verificado.
Este incidente fez com que se levantasse a questão sobre quem seriam as pessoas mais adequadas para fazer o primeiro contacto e auxiliar os que procuram asilo no nosso país. "Portugal tem que ser um porto seguro para estas pessoas", frisou o deputado, acrescentando que "não podem estar a correr riscos, nem elas, nem as suas famílias que ficaram na Ucrânia".
Rui Tavares argumentou que "deve ser dada formação de direitos humanos aos funcionários" e estas situações "não devem ser deixadas a cargo" de quem não trabalha para as autarquias.
O deputado do Livre, que admitiu acompanhar a situação "com preocupação", explicou que, a seu ver, "o problema é que além de serem pessoas que não oferecem segurança aos refugiados ucranianos que acabam de chegar, são pessoas que também não são funcionarias da Câmara".
Salientou ainda que "há uma responsabilidade nacional em todo o encaminhamento dos refugiados pela administração pública, seja ela central ou local", que, nas suas palavras, "deve ser seguida com muita cautela", dado que "a federação russa tem um histórico de espionagem, de recolha de informações junto da sua própria diáspora russa e dos refugiados ucranianos".
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