No encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), a deputada liberal Carla Castro fez uma análise muito crítica deste documento estratégico, considerando que "é um ponto de partida de um Governo de continuidade" e "um documento sem rasgo, sem ambição, que não sabe analisar o contexto e não tem uma visão".
"Um orçamento que falha, sim. Falha aos jovens, falha aos funcionários públicos, aos pensionistas, falha às empresas e aos profissionais liberais", criticou.
De acordo com a deputada da IL, "propaganda é uma coisa, a vida real é outra", defendendo que aquilo que deve mover ação é a "vida e as pessoas" e não "a retórica política".
"Uma economia de salários baixos foi o que Costa II deixou a Costa III", ironizou, considerando que este é um "legado da gerigonça" do qual o OE2022 não vai salvar os portugueses.
Uma vez que, considerou, o OE2022 "também vive de lucros inesperados", Carla Castro deixou um desafio.
"Ainda vamos a tempo, senhor primeiro-ministro, de em especialidade fazer alterações para neutralizar o efeito da inflação", apelou, pedindo a António Costa que "dialogue mais e cobre menos".
A deputada liberal aproveitou este momento para dar o exemplo da proposta que tinha sido apresentada pelo deputado Carlos Guimarães Pinto momentos antes, ainda no período do debate do OE2022.
Carlos Guimarães Pinto desafiou os partidos para uma taxa única de IRS para todos os trabalhadores que ganhem até menos de metade do salário base dos deputados.
"Uma pessoa que ganhe metade do nosso salário base como deputados é uma pessoa desenrascada. Esses trabalhadores desenrascados estão nesta proposta de Orçamento do Estado espalhadas por cinco escalões diferentes, sendo que no último escalão já têm uma taxa marginal de 35%. Estamos a falar de uma pessoa que ganha 800, 900, 1.000, 1.100 e 1.300 euros líquidos no máximo", explicou.
Assim, o liberal desafiou "todas as bancadas" a unirem-se numa proposta "não de taxa única, mas de uma única taxa para todas as pessoas cujo rendimento é inferior a metade do rendimento base como deputados".
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