"O que nós propomos é que o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que foi pensado para um período antes da guerra, que continua a perspetivar, basicamente, investimento público, não é adaptado à realidade, com uma inflação que cresce e a energia a preços simplesmente absurdos, possa ser utilizado para transferências de verbas para um fundo ambiental, e que nesta medida contemple habitações também posteriores a 2006, mas que permita que os projetos sejam aprovados antes da compra dos equipamentos para que efetivamente as pessoas saibam se podem contar com essa ajuda ou não", declarou Nuno Melo, no Porto.
O presidente do CDS-PP, em declarações à Lusa à margem de um passeio de bicicleta elétrica que realizou na cidade do Porto para assinalar o dia do ambiente, classificou de "ridículo" que Portugal tenha um fundo ambiental com 2,6 milhões de euros para 4.550 bicicletas.
"Basicamente com 500 euros por bicicleta, o que é simplesmente ridículo, quando se apela politicamente a uma transição, quando se tomam medidas que têm em vista a sustentabilidade e energia limpa, 4.550 bicicletas elétricas num país, que só no Porto tem mais de 50 mil pessoas a circular, ou Lisboa, é coisa nenhuma", declarou à Lusa.
Uma das medidas que o presidente do CDS-PP defende tem que ver com o "reforço para a conversão numa mobilidade elétrica", designadamente no âmbito das políticas de "abate de veículos", com outras perspetivas que o Governo "não contempla", referiu.
Nuno Melo criticou o sistema atual em Portugal sobre a comparticipação para painéis solares, bombas de calor, fotovoltaicas e outros equipamentos importantes para a utilização de energia limpa, lamentando que os portugueses tenham de comprar os equipamentos primeiro, depois têm de apresentar as candidaturas e depois os projetos podem demorar mais de um ano a ser aprovados, além de excluírem os edifícios construídos antes de 2006
"Hoje as políticas de mobilidade, mais ainda no meio urbano, onde o CDS perdeu muitos votos, são políticas fundamentais. Os jovens, os menos jovens, querem saber o que é que os partidos têm para apresentar naquilo que acaba por ser uma mudança de paradigma", observou o líder do CDS.
O CDS neste ciclo é "um partido que terá ideias claras em todos os setores clássicos das áreas setoriais, mas é um partido que terá respostas e estará na primeira linha da defesa daquilo que são aspetos políticos da modernidade", explicou.
As políticas de modernidade não são de esquerda, nem são de direita, são da modernidade, são questões que as pessoas querem ver tratadas, com problemas identificados e medidas apresentadas", conclui.
Leia Também: Dirigentes do CDS-PP pedem ao TC suspensão do pagamento de quotas