Vários deputados portugueses reagiram, esta sexta-feira, às declarações do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que considerou ser “inadmissível” que uma menina de 11 anos vítima de violação seja autorizada a abortar.
Durante a noite de quinta-feira, o chefe de Estado brasileiro recorreu à rede social Twitter para condenar a decisão do Ministério Público Federal de Florianópolis. “Um bebé de sete meses de gestação não se discute a forma que ele foi gerado, se está amparada ou não pela lei. É inadmissível falar em tirar a vida desse ser indefeso!”, escreveu.
Para a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua toda a situação “é medieval”. “Tudo isto é medieval. Sinto muito pelo Brasil, país onde aprendi tanto sobre direitos humanos”, assinalou também na rede social Twitter.
Tudo isto é medieval. Sinto muito pelo Brasil, país onde aprendi tanto sobre direitos humanos https://t.co/KCKFm9X9fp
— Joana Mortágua ️️️ (@JoanaMortagua) June 24, 2022
Já a deputada do Partido Socialista (PS) Isabel Moreira apelidou o presidente brasileiro de “monstro”, ao passo que o também socialista Tiago Barbosa Ribeiro descreveu o caso como “chocante, embora não inesperado”. “À atenção daqueles que em Portugal o apoiaram. Temos memória…”, atirou.
MONSTRO. https://t.co/0GKMHisI1T
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) June 24, 2022
Chocante, embora não inesperado.
— Tiago Barbosa Ribeiro (@tbribeiro) June 24, 2022
À atenção daqueles que em Portugal o apoiaram. Temos memória... pic.twitter.com/Yrs8PyNiwO
Sublinhe-se que a menina de 11 anos conseguiu abortar na passada quarta-feira, às 22 semanas de gestação. O caso esteve envolto em polémica após uma juíza ter recusado autorizar o procedimento. Segundo a denúncia do site ‘The Intercept Brasil’, a juíza pressionou ainda a menina a avançar com a gravidez e a colocar o bebé para adoção, alegando que abortar naquela altura de gestação seria considerado homicídio.
No Brasil, o aborto só é atualmente permitido em casos de risco para a mãe, violação ou fetos com anencefalia.
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