Francisco Louçã mostrou-se, no passado domingo, "contra a extradição de [Julian] Assange" para os Estados Unidos da América. "Jornalismo pode ser incomodativo para os segredos da Casa Branca, mas não é espionagem", asseverou o fundador do Bloco de Esquerda.
O também comentador televisivo referiu ainda, através das redes sociais, que "quando um jornalista como Assange pode ser julgado, e depois de tantos anos de prisão injustificada, é a liberdade de informação que está a ser morta".
De recordar que, no passado dia 17, a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou a extradição o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos da América, onde enfrenta acusações de espionagem.
"A 17 de Junho, após consideração tanto pelo magistrados como pelo Supremo Tribunal, foi ordenada a extradição de Julian Assange para os EUA", lia-se numa nota publicada pelo Ministério do Interior. "O senhor Assange continua a ter o direito normal de recurso de 14 dias".
No mesmo dia, a esposa do jornalista garantiu que serão usados todos os recursos possíveis para evitar a extradição. "Vamos lutar contra isto. Vamos usar todos os recursos possíveis", disse Stella, durante uma conferência de imprensa, citada pela Reuters. "Vou lutar pelo Assange enquanto estiver acordada. Até que ele seja livre. Até que seja feita justiça", rematou.
Recorde-se que o fundador do WikiLeaks é acusado de 18 crimes de espionagem e invasão de computadores e enfrenta uma pena de 175 anos de prisão. Em causa está a revelação de abusos dos EUA na sua base militar em Guantánamo, Cuba, e nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
O ‘hacker’ de 50 anos foi preso em 2010 por alegados crimes sexuais e passou mais de uma década no Reino Unido. Entre 2012 e 2019 esteve exilado na embaixada do Equador em Londres.
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