"O PAN não vai acompanhar esta moção de censura, vamos votar contra a moção de censura proposta pelo partido Chega", afirmou a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
A deputada única do PAN sustentou que "não é com este tipo de jogos ou números políticos que se faz o escrutínio necessário à atividade do Governo ou que se dão as respostas que o país precisa, quer em matéria do Serviço Nacional de Saúde, quer também numa matéria tão relevante como a localização do aeroporto em alternativa ao existente na Portela".
Na sua ótica, Portugal "tem falhado naquele que tem de ser um debate estruturado em torno das reformas para o país, quer em matéria de saúde, de acesso à habitação, ao emprego, ou até mesmo naquilo que tem de ser o crescimento do país e aproveitar fundos comunitários que aí vêm e que devem servir precisamente para resgatar o pais que tem estado de alguma forma cativado entre a austeridade e as cativações".
"Mas precisamos efetivamente que este debate seja feito", defendeu, ressalvando, no entanto, que "não é com este tipo de jogos políticos" e "com uma moção que à partida já está condenada quando é apresentada porque vai esbarrar numa maioria absoluta".
Inês Sousa Real salientou também que essa maioria absoluta do PS "foi eleita de forma democrática" e defendeu que deve ser respeitada "aquela que foi a opção dos portugueses neste novo quadro político".
"O PAN não se vai furtar de fazer o seu trabalhar no que diz respeito a apresentar soluções quer para o Serviço Nacional de Saúde, quer também para o debate que entendemos que deve existir em torno da solução aeroportuária, mas entendemos que este não é o modo adequado de o fazermos, até porque esta moção é ineficaz", sustentou.
O debate em torno da moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega vai decorrer esta tarde no parlamento, sendo a iniciativa votada logo após a discussão.
A moção de censura está chumbada à partida e o Chega vai ficar isolado no voto favorável.
PSD e Iniciativa Liberal anunciaram que se vão abster na votação da moção de censura, enquanto BE, PCP, PAN e Livre vão votar contra, tal como o PS, partido que está no Governo e que tem maioria absoluta dos deputados à Assembleia da República.
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