De acordo com o projeto do Chega, "foram registados mais 14% de óbitos (15.526) do que seria esperado tendo em conta a média dos seis anos anteriores", sendo que a covid-19 apenas esteve associada a dois dos seis picos de mortalidade identificados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) relativamente a 2020.
"O relatório [Mortalidade Geral e por Grandes Grupos de Causas, da DGS] identifica ainda que em 2020 houve mais óbitos por doenças do aparelho circulatório, como AVCs -- mais 1.618 do que o esperado -- e mais 45 % de mortes por doenças hipertensivas não havendo explicações para este fundamento. Importa assim encontrar uma explicação para este aumento de mortes injustificadas no ano de 2020", pode ler-se no documento do partido de extrema-direita.
Sublinhando algumas notícias recentes que apontam para números da mortalidade por todas as causas no país acima do que seria expectável para esta altura do ano, o partido denunciou a ausência de explicações das autoridades e pediu a criação imediata de uma comissão para funcionar durante um prazo de 120 dias, com vista a clarificar as causas sobre os números da mortalidade não covid e apurar eventuais responsabilidades.
"Não é aceitável nem compreensível que as autoridades de saúde fiquem em silêncio perante um estranho e inusitado pico de mortalidade em Portugal -- com um impacto transversal em todas ou quase todas as estruturas etárias -, recusando encetar investigações ou revelar dados explicativos credíveis sobre esta matéria. (...) Ficou já claro e evidente que nem a pandemia covid-19 nem a onda de calor que o país atravessa são fatores exclusivos suficientes para explicar os números de mortalidade", referem os deputados do Chega.
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