A proposta de Hugo Soares foi transmitida aos deputados na reunião da bancada social-democrata, disseram à Lusa fontes presentes no encontro.
A questão da disciplina de voto nem se colocou na reunião, mas vários deputados, incluindo o líder parlamentar, defenderam que em causa não estão matérias de consciência, uma vez que os projetos não se centram na questão de fundo do aborto, mas sobre alterações de prazos e outras matérias não referendadas pelos portugueses.
Além disso, o PSD na campanha eleitoral para as últimas legislativas comprometeu-se a não mexer na lei do aborto na atual legislatura.
"Esse assunto é um assunto que está absolutamente arrumado. Nós não vamos ter nenhuma intervenção nesse domínio na próxima legislatura", declarou o presidente do PSD e agora primeiro-ministro Luís Montenegro aos jornalistas, no final de fevereiro antes de um almoço de campanha da Aliança Democrática (AD).
A questão colocou-se depois de o vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, quarto candidato pela AD no círculo de Lisboa, se ter manifestado na campanha a favor de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.
O PS agendou para sexta-feira um debate no parlamento sobre o alargamento do prazo de acesso à interrupção voluntária da gravidez, após ter apresentado um projeto de lei em que defende o alargamento desse prazo para as 12 semanas.
Na sexta-feira será também debatida uma iniciativa do PCP que propõe o alargamento do prazo de acesso ao aborto para as 12 semanas e, em casos de perigo de morte ou de "grave e duradoura lesão", para 14 semanas.
Além do PCP e PS, também Bloco de Esquerda, Livre e PAN avançaram com projetos de lei sobre o aborto. BE e Livre defendem o alargamento do prazo para as 14 semanas.
Serão igualmente discutidos projetos de lei do CDS-PP, que densifica "o acesso à informação relevante das grávidas para a formação de uma decisão livre, consciente e responsável" e reforça "o regime do exercício do direito individual de objeção de consciência dos médicos e demais profissionais de saúde" e do Chega, pela "garantia de proteção à mulher grávida e ao nascituro em todas as fases e circunstâncias e o reforço da informação sobre redes de apoio e cuidados".
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