No final da primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD desde a tomada de posse de Luís Montenegro, em 03 de julho, o primeiro vice-presidente do partido, o eurodeputado Paulo Rangel, não avançou ainda uma data para o encontro entre o novo presidente social-democrata e António Costa.
"Há de haver oportunamente - e não demorará muito - um encontro entre o primeiro-ministro e o presidente do PSD, não especificamente para tratar deste assunto, será um encontro para todos os assuntos da agenda, esse será um deles", disse.
Hoje, a CPN do PSD "condenou veementemente" a forma como o primeiro-ministro se referiu ao diferendo com o seu ministro das Infraestruturas, dizendo tratar-se de "um erro efémero e de casos e casinhos".
No sábado, na reunião da Comissão Nacional do PS, António Costa defendeu o partido deve continuar a ignorar a "bolha político-mediática" e concentrar-se nos problemas concretos que interessam aos portugueses, aludindo à polémica sobre o novo aeroporto de Lisboa.
"É o maior investimento público que Portugal tem para fazer nas próximas décadas. Não é um caso ou casinho, é uma decisão estrutural para o país", criticou hoje Paulo Rangel.
Por outro lado, insistiu que António Costa ainda não disse ao país o que vai fazer com AAE que estava adjudicada para estudar três localizações possíveis do futuro aeroporto e que foi invalidada com o despacho de Pedro Nuno Santos, depois revogado.
"Quer o Governo levar para a frente a AAE? E vai levar para a frente com a entidade a que estava adjudicada e a respeito da qual se levantaram algumas questões de transparência? Não pode haver progressos nesta questão sem o Governo dizer o que quer fazer com isto", afirmou.
Questionado sobre a posição do PSD sobre esta avaliação, Rangel defendeu que é o Governo "que governa há sete anos e com maioria absoluta" que tem de responder.
"O Governo não pode passar a bola ao PSD, o PSD não é responsável pelos falhanços do Governo", disse.
Já sobre as declarações do primeiro-ministro no sábado quanto à regionalização -- em que acusou o PSD de ter medo de ouvir os portugueses -, Paulo Rangel disse não lhe merecerem comentário.
"São declarações feitas para consumo partidário e para distrair as pessoas das questões que as estão a preocupar, como os incêndios e a saúde", apontou o primeiro 'vice' social-democrata.
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