Ventura diz que combustíveis nunca foram tão caros, Costa critica

O líder do Chega, André Ventura, afirmou hoje que os portugueses "pagam mais do que nunca" para abastecer o carro e afirmou que o estado da nação é de "empobrecimento", com António Costa a acusá-lo de "truques de advogado".

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Lusa
20/07/2022 17:10 ‧ 20/07/2022 por Lusa

Política

Estado da Nação

Na primeira ronda de pedidos de esclarecimento do debate do estado da nação, na Assembleia da República, André Ventura abordou a área da saúde, do combate aos incêndios e do preço dos combustíveis para defender que a situação atual é de "um país a empobrecer, um país com menos rendimentos e um país a pagar cada vez mais para sustentar a máquina socialista".

Criticando António Costa por querer falar "da Ucrânia, da situação internacional, do mar, da costa e das férias dos portugueses" durante o debate do estado da nação, o líder do Chega sublinhou que pretende antes falar dos "2,2 milhões de pobres e 4 milhões a caminho da pobreza" que existem em Portugal.

"Vamos falar daqueles que ganham mil, ou 800, ou 900 euros, e sabem que perderam 30% e 40% do seu poder de compra nas compras de supermercado, na gasolina, no gasóleo, na renda de casa, daqueles que já não conseguem pagar o carro, que não conseguem pagar a sua viatura", vincou.

Abordando a área dos combustíveis, Ventura sublinhou que, apesar de António Costa dizer que "baixou [a carga fiscal em] 18 pontos percentuais desde 2021 nos combustíveis", os portugueses "sabem que o que está a dizer não corresponde à verdade", porque "vão à bomba de gasolina todos os dias".

"Sabem-no os que nos estão a ver, porque pagam mais do que nunca para pôr o seu carro a funcionar. Por isso, eu vou dar-lhe estes números, que talvez possa confirmar: o gasóleo passou os dois euros e é hoje o mais caro de sempre, e a gasolina está a 2,26 euros por litro. É isto que os portugueses têm que ouvir em casa: 2 euros e 2,26", sublinhou.

"Portanto, antes de vir para aqui com número, e com história, e com o [ex-primeiro-ministro, Pedro] Passos Coelhos e com etc. devia era vir para aqui dizer isto: 'portugueses, desculpem pagarem tanto de gasóleo e de gasolina'", acrescentou.

Na resposta, Costa sublinhou que, "naturalmente", toda a gente sabe que hoje se está "a pagar mais pelo gasóleo, mais pela gasolina, do que se pagava em outubro", e que os preços dos combustíveis aumentaram apesar da redução dos 18 pontos percentuais, deixando críticas a Ventura por estar a usar "truques de advogado".

"O senhor deputado faz aquele truque próprio do advogado, que é dizer assim: 'bom, se baixou a carga fiscal, como é que as pessoas lá em casa me vão ouvir a dizer que estão a pagar mais, sem desmentir aquilo que eu não posso desmentir'?", acusou António Costa.

O primeiro-ministro sublinhou que "o que as pessoas têm de saber" é que, se o Governo não tivesse adotado as medidas que tomou, "neste momento, para encherem um depósito de 50 litros de gasóleo, pagavam mais 14 euros do que estão a pagar, e se fossem 50 litros de gasolina, ainda pagavam mais 16 euros".

"Eu não estou a dizer que a gasolina e o gasóleo não estão a subir. Estão a subir, e de forma dramática. Agora, como sabe, o preço da gasolina e do gasóleo são formados no mercado internacional e não há Governo algum que, até agora, tenha conseguido travar a formação do preço da gasolina e do gasóleo", frisou.

Costa sublinhou assim que o Governo já fez aquilo que pode fazer, reiterando que reduziu a carga fiscal sobre os combustíveis em 18 pontos percentuais: "O que os Governos podem fazer, foi aquilo que fizemos (...) para que as pessoas paguem menos do que pagariam do que se nós estivéssemos aqui simplesmente a falar, a falar, a falar, como o senhor faz, e não estivéssemos a fazer o que estamos a fazer: governar".

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