Em declarações à agência Lusa, André Ventura considerou que nos territórios "mais distantes" se nota um "grande distanciamento" das populações ao "Governo Regional e ao Estado" central.
O presidente do partido falava a propósito de uma visita de quatro dias ao grupo Ocidental dos Açores, ilhas das Flores e Corvo, em que esteve acompanhado pelo líder regional e deputado no parlamento açoriano José Pacheco.
Ventura considerou que existe um "conluio" entre PSD e PS, quer a nível nacional, quer regional, partidos que no "futuro" vão "preferir coligar-se entre si do que formar qualquer maioria com o Chega", disse.
"A nível regional, em qualquer empresa pública, em cada espaço onde haja dinheiros públicos, há 'boys' do PS ou do PSD, que estão aterrados com o crescimento do chega", criticou.
O deputado regional José Pacheco também condenou a inclusão de pessoas "sem mérito" na administração pública, que são escolhidas de acordo com a "filiação partidária", criticando os três partidos do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
"Recebo constantemente denúncias sobre pessoas que são colocadas na administração pública não por mérito, mas por terem filiação partidária. Isso é inaceitável. Eu não sei o que é que esses senhores querem com isso, mas o Chega vai haver um dia em que diz chega. Eles vão ter de atinar", declarou.
Ressalvando que é preciso "dar dignidade" às populações, Pacheco criticou a política do Governo Regional de dar "tudo a todos", dando o exemplo da ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago.
"Temos agora uma ilha com voos diários que não tem capacidade nem de restauração nem de alojamento, mas que agora está a servir as clientelas políticas do PPM, que faz parte do governo. Isso não é aceitável para as populações", acusou.
Já na sexta-feira, o líder do Chega, André Ventura, alertou que "muita coisa continua a falhar" no Governo dos Açores, cujo executivo continua a ser "muito grande", mas remeteu a posição sobre o próximo Orçamento para o deputado regional.
Sem o apoio do Chega, o Governo Regional dos Açores, que também depende do apoio da IL e do deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega), não tem a maioria no parlamento açoriano.
Leia Também: Barragens no Douro. Chega quer saber se EDP vai pagar impostos pela venda